SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse neste sábado (25) que o país pode ter um referendo sobre a continuidade das negociações de participação na União Europeia, após a votação de 16 de abril, que pode lhe conceder novos poderes.
“Agora estamos realizando um referendo em 16 de abril e depois disso nós poderemos decidir se faremos um segundo, sobre as negociações de inclusão [na UE] e obedeceremos o que quer que nosso povo nos diga”, disse Erdogan em um fórum com o Reino Unido na cidade de Antália.
Os comentários foram feitos um dia após ter prometido revisar todos os laços políticos e administrativos com a União Europeia, incluindo um acordo para limitar a migração ilegal, mas que manteria as relações econômicas com o bloco. As relações da Turquia com os países da União Europeia azedaram nos últimos meses, após Alemanha e Holanda cancelarem eventos de campanha planejados por autoridades turcas em em seus territórios, com o objetivo de atrair suporte para o “sim” no referendo de abril entre expatriados turcos.
Ambos os países citaram preocupações com a segurança para justificar suas decisões, mas Erdogan os acusou de usarem “métodos nazistas” e pisotearem a liberdade de expressão, comentários que enfureceram vários governos da UE e aprofundaram diferenças.
“A Turquia tem esperado na porta [da UE] por 54 anos”, disse ele, referindo-se a 1963, quando Ancara se juntou à então união econômica do bloco.
As negociações de entrada da Turquia na União Europeia começaram em 2005, mas caminharam muito lentamente por conta das questões de direitos humanos e pela resistência de algumas países europeus em admitir uma nação com maioria muçulmana.