Preocupados com a carreira e em busca de aperfeiçoamento profissional, cresce o número de brasileiros que têm aderido aos programas de intercâmbio. Segundo levantamento da Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), somente em 2015, mais de 220 mil pessoas deixaram o Brasil para estudar em outros países. A maior procura é por cursos de idiomas, graduação e pós-graduação.

A coordenadora do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Internacional Uninter, Caroline Cordeiro, conta que é preciso planejamento para fazer o intercâmbio. Como a média de permanência dos estudantes é de seis meses a um ano, é preciso projetar as despesas. Para isso, muitos utilizam o investimento feito em poupança. Contudo, há uma grande parcela que recorre a programas gratuitos para a realização desse sonho, explica.

Para quem está pensando em buscar formação no exterior, Caroline dá algumas dicas como a participação em processos seletivos para bolsas de estudos, ofertadas para diversos países. Hoje, o aluno conta com diversos programas públicos e privados de intercâmbio, que arcam com os custos e, muitas vezes, auxiliam também na moradia e nas outras despesas da viagem. Mas a coordenadora lembra que é importante o aluno verificar as instituições parceiras e também analisar a que se enquadra no perfil desejado. É importante considerar o domínio do idioma, o clima, a cultura e o custo de vida antes de escolher para onde quer ir.

Esse foi o caminho seguido por Camila Stradiotti, 25 anos, estudante de Relações Internacionais, que se inscreveu no programa de bolsas de um banco e foi contemplada com três mil euros para estudar em um país ibero-americano. Poderia ir para o Chile, Espanha ou México, mas como a bolsa tinha um valor fixo, me preocupei com o custo de vida e optei pelo Chile. No período em que estive lá, pensando em gastar menos e para me sentir mais segura, optei por morar com uma família nativa, apresentada por uma colega do intercâmbio, lembra. Sobre a experiência de quatro meses no exterior, ela conta que conhecer outra cultura, em todos os seus aspectos, é enriquecedor. Tive contato com vários estudantes de intercâmbio, de diversos países , e perceber a visão de mundo de cada um é incrível.

A coordenadora da Uninter lembra que existem alguns critérios para a realização do intercâmbio. O aluno precisa ter mais de 18 anos e estar devidamente matriculado. Ele também passará por um processo seletivo e, por isso é importante que procure o núcleo de práticas de relações internacionais da sua instituição para entender como será cada uma das etapas e, claro, para obter mais informações e auxílio para viver essa experiência, finaliza.


PRIMEIROS PASSOS PARA ESTUDAR FORA

Melhore sua fluência no idioma
O idioma do país em que você pretende Estudar Fora deve ser um dos nortes para o seu preparo. Se você ainda não é fluente nele, um dos primeiros passos é reforçar seus estudos e praticar em conversações. Isso porque o processo de admissão será todo nesta língua; a maioria das universidades requer testes de proficiência no idioma como parte do processo de admissão e por último, caso você seja aprovado, todas as suas aulas (e sua vida em geral) passará a ser neste idioma.Mas se você não é fluente, não se desespere. Muitos alunos que foram aprovados em universidades excelentes no exterior não tinham o inglês fluente quando começaram a se preparar. Com dedicação eles treinaram e conseguiram chegar lá.

Reflita sobre as suas expectativas em relação ao seu curso no exterior
Quando você pensa na sua graduação, quais são os objetivos que você sonha em atingir com essa experiência? Essa é uma pergunta que você pode fazer a si mesmo para entender melhor quais são as suas expectativas para a graduação.

PesquisE e escolha onde quer estudar
Entender o que as diferentes instituições tem a oferecer são super importantes no seu caminho para Estudar Fora. Por quê? O processo de admissão em uma faculdade fora é mais complexo, possui diferentes etapas (formulários, redações, entrevista, análise de currículo) e exige que você dedique muito tempo e atenção para cada universidade em específico.

Pesquise as instituições
Algumas instituições, como College Board e o US News Report possuem informações bem completas para ajudar o interessado a entender estas etapas e os perfis de cada universidade. O College Board, por exemplo, possui uma iniciativa chamada Big Future em seu site. Pelo Big Future você pode pesquisar perfis de universidades, pesquisar bolsas de estudo e fazer um plano de preparação. Já o US News Report traz a você um dos principais rankings internacionais universitários, juntamente com perfis das universidades, e matérias relacionadas ao processo de admissão nos EUA.

Entenda como funciona o processo de admissão no exterior e o que é avaliado pelas universidades
Diferente do vestibular brasileiro, o processo de admissão em universidades fora é feito de forma mais holística, valorizando o perfil do estudante juntamente com o seu desempenho acadêmico. Entender o processo e o que é avaliado irá ajudar partir para o próximo ponto, que é se questionar o quão preparado se está, em que precisa melhorar e o que fazer para se tornar um candidato mais atrativo.

Faça uma autoanálise e crie um plano de preparação
Depois de entender as suas expectativas, quais universidades se encaixam nelas e como funciona o processo de admissão em cada, o próximo passo é se preparar para se candidatar. Para isso, faça uma autoanálise e defina quais são os seus pontos fracos. Reflita como você pode melhorar nesses pontos e faça um plano de preparação, colocando no papel o que você precisa melhorar, quais metas quer alcançar, quais ações deve fazer para alcançá-las, o cronograma dessas ações e formas de medir o seu progresso.