SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Genro e assessor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Jared Kushner, teve três contatos não revelados anteriormente com o embaixador russo em 2016 -durante a campanha presidencial e depois dela, disseram à Reuters sete diferentes fontes com trânsito atual ou anterior no governo americano. Entre os contatos estariam duas ligações feitas entre abril e novembro do ano passado. A nova informação surge um dia após o jornal “Washington Post” divulgar que Kushner discutiu com os russos, antes da posse, o estabelecimento de um canal de comunicação “secreto e seguro”. Embora não seja investigado, Kushner é alvo de interesse do FBI por ter sido citado em inquérito sobre conexões entre a campanha de Trump e o Kremlin. EM SEGREDO Segundo o “Washington Post”, o embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak, teria informado a seus superiores em Moscou que Kushner propôs, num encontro no início de dezembro em Nova York, usar instalações diplomáticas russas na capital para criar esse canal secreto com o Kremlin. O ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn, que teve que renunciar em fevereiro por ter mentido sobre suas conversas com Kislyak, também esteve no encontro, ocorrido na Trump Tower. A Casa Branca reconheceu, em março, que Kushner se reuniu com o embaixador, mas minimizou, na época, a importância da discussão. O FBI, contudo, considera o encontro fundamental nas investigações sobre os laços entre membros da equipe de Trump e Moscou antes das eleições. O governo russo é acusado de ter tentado interferir no pleito. Segundo os funcionários que tiveram acesso a relatórios de inteligência, o embaixador russo teria ficado “perplexo” com a sugestão do genro de Trump, que envolveria o uso, por um funcionário americano, de parte da estrutura do consulado ou da embaixada da Rússia em Washington -o que significaria riscos para os dois governos.