SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois ícones da arquitetura e da história paulistana entraram na seleta lista de bens tombados da prefeitura de São Paulo.
O cemitério da Consolação e a praça Dom José Gaspar, ambos localizados no centro da cidade, foram tombados pelo Conpresp (conselho municipal do patrimônio). A medida foi publicada no diário oficial da prefeitura que circula nesta segunda-feira (29).
A Praça Dom José Gaspar, localizada entre a avenida São Luís e as ruas da Consolação e Dr. Bráulio Gomes foi tombada como bem cultural de interesse artístico, urbanístico, paisagístico, histórico e turístico. Estão protegidos o traçado viário do espaço, a configuração da praça e as árvores ali plantadas.
Qualquer intervenção no local, agora, terá que passar por avaliação do Conpresp.
A praça homenageia o segundo arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva. Dom Gaspar morreu em agosto de 1943 em um acidente aéreo no Rio de Janeiro, no qual também estava o jornalista Cásper Líbero. A praça passou a homenagear o religioso em 1949.
O local sedia um conjunto de bares, a galeria Metrópole e a Biblioteca Mário de Andrade, cujo acervo conta com mais de 365 mil livros.
CEMITÉRIO DE ESCULTURAS
O cemitério da Consolação já havia sido tombado pelo Estado em 2005. Agora também ganhou o mesmo status na prefeitura.
Construído em 1858, o espaço é referência na arte tumular. Ostenta uma galeria a céu aberto de esculturas que atraem muitos turistas. Nomes como Victor Brecheret, Galileo Emendabili, Bruno Giorgi, Materno Giribaldi, Nicola Rollo e Francisco Leopoldo e Silva têm obras no local.
Considerado um dos mais tradicionais cemitérios da capital paulista, guarda restos mortais de personalidades que fizeram parte da história da cidade, como o escritor Mário de Andrade e o mausoléu da família Matarazzo.
Para o Conpresp, o traçado interno do cemitério da Consolação e os seus equipamentos, como “a capela, o ossário, e o portal projetados por Ramos de Azevedo são representativos dos cemitérios construídos entre o final do século 19 e o começo do 20, período em que ocorreu um processo de laicização desse tipo de construção”, segundo trecho da lei.
Os cemitérios dos protestantes e o da Ordem Terceira do Carmo também foram tombados. Estão sob a tutela do Conpresp o traçado das alamedas, as quadras e as ruas do entorno dos três espaços para enterros.
No cemitério da Consolação, a proteção atinge a capela, o pórtico de entrada e o ossário, além das inúmeras esculturas de valor arquitetônico presentes no local.