MARINHO SALDANHA
PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – O Internacional conseguiu parcelar o pagamento de R$ 810 mil (R$ 720 mil ao clube e R$ 90 mil ao ex-presidente Vitório Píffero) aplicados como multa no julgamento do ‘caso Victor Ramos’. Com o aval do STJD, o clube dá por encerrado o caso.
No Tribunal, o Inter foi punido com pagamento de R$ 720 mil por conta do uso de e-mails adulterados no processo. O julgamento, em primeira instância, ocorreu no começo do mês.
Já o ex-presidente Vitório Píffero teve imposta pena de afastamento de qualquer função no futebol pelo prazo de 555 dias e mais uma multa de R$ 90 mil. Que pelo ocorrido ter se passado com ele presidindo o clube, o Internacional se encarregou de pagar.
A direção do Internacional optou por não recorrer e negociou com a CBF o parcelamento do valor em oito prestações mensais. A reportagem do UOL Esporte confirmou que o STJD acatou o pedido e os pagamentos iniciam no próximo mês. A procuradoria, a exemplo do Inter, também decidiu não recorrer da decisão, encerrando o caso.
ENTENDA
O Internacional entendia que a inscrição do atleta Victor Ramos, pelo Vitória, era irregular. O jogador pertencia ao Monterrey, do México, e foi emprestado ao Palmeiras e posteriormente ao Rubro-Negro. E a segunda negociação ocorreu fora do período de transações internacionais.
Na ótica vermelha, o clube deveria perder pontos, acabando rebaixado à Série B. Na avaliação da CBF, validada pelo STJD, como a documentação de transferência não retornou ao país de origem, a segunda negociação também foi doméstica e sem a necessidade de respeitar a janela de transferências.
Em sua sustentação no processo, o Internacional anexou mails trocados pelo diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, e o diretor do Vitória na ocasião, Anderson Barros. Os documentos chegaram ao Colorado através de um advogado e de um empresário. E não eram exatamente os mesmos enviados pela CBF ao clube baiano.
Após meses de inquérito, o relatório apontou irregularidades, mesmo que a adulteração não tenha sido feita pelo Inter, mas pelo empresário de Ramos na época, Francisco Godoy, com objetivo de facilitar a compreensão do Monterrey, do México. Em seguida, o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, efetuou a denúncia do Inter, que foi julgado e punido. Entre as punições aplicáveis havia a expulsão da Série B ou mesmo ser impedido realizar transferências por um determinado prazo. Contudo nada mais pesado foi definido.