O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato em primeira instância, ordenou ontem, que a BrasilPrev Seguros e Previdência mantenha o bloqueio de R$ 9 milhões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Moro vetou qualquer movimentação ou resgate do valor até nova determinação judicial.
Eventual resgate aguardará o julgamento da apelação contra a sentença criminal e será objeto de comunicação expressa, determinou o magistrado. O bloqueio dos ativos do ex-presidente, até o montante de R$ 10 milhões, foi ordenado por Moro dois dias depois que ele condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso tríplex do Guarujá (SP).
Inicialmente, em quatro contas do ex-presidente, o Banco Central havia encontrado R$ 606 mil. Na semana passada, a BrasilPrev comunicou Moro que tinha embargado R$ 7,19 milhões de Lula em plano de previdência empresarial e mais R$ 1,84 milhão em plano de previdência individual.
Cabral – A força-tarefa da Operação Lava Jato recorreu da sentença de Moro para pedir a condenação da mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os argumentos do recurso de apelação preenchem 57 páginas. Os 13 procuradores que subscrevem o documento pedem, ainda, ampliação da pena imposta por Moro ao peemedebista – 14 anos e dois meses de prisão.
Os procuradores sustentam que Cabral recebeu R$ 2,7 milhões em propinas nas obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Parte dos valores teria sido ‘lavada’ no escritório de Adriana. O juiz Moro condenou Cabral, mas absolveu Adriana por entender que não ficou comprovado que ela sabia da origem ilícita dos valores.
No recurso de apelação, o Ministério Público Federal pede a condenação de Adriana por corrupção passiva, por ter recebido parte das vantagens indevidas pagas ao ex-governador Sérgio Cabral e pela prática por 47 vezes do crime de lavagem de ativos com incidência da causa especial de aumento (da pena) por pagamentos mediante depósitos em espécie estruturados. Os procuradores pedem, ainda, majoração da pena aplicada a Sérgio Cabral.