SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O paulistano não vê uma gota de chuva significativa no céu há 43 dias e ainda enfrenta nesta quarta-feira (26) uma umidade do ar na casa dos 30%. O tempo seco irrita as mucosas e é um território fértil para o avanço da poluição, que forma uma camada espessa e visível no horizonte da metrópole.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), essa condição meteorológica deverá persistir até a primeira semana do mês de agosto, quando é esperado um pequeno volume de chuva na capital paulista.
Os índices de umidade começaram a cair gradativamente na última sexta (21), segundo o Inmet, registrando 29% às 16h desta terça (25). O percentual mais baixo, no entanto, foi registrado no domingo (23), quando chegou a 24%.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), índices de umidade relativa do ar entre 30% e 20% caracterizam estado de atenção; índices de 19% a 12% são de estado de alerta; e inferiores a 12% correspondem ao estado de emergência.
Apesar dos dados do Inmet, verificados no Mirante de Santana (zona norte), o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura, afirmou que a cidade registrava às 12h10 desta quarta (26), cerca de 37% de umidade. “Mas os índices podem ficar abaixo dos 30% nas horas mais quentes do dia”, segundo comunicado do órgão.
BOLSÃO DE AR SECO
O meteorologista Ernesto Alvin, do Inmet, explica que a baixa umidade dos últimos dias é resultado de uma massa de ar tropical que está agindo em quase todo o país, o que tem impedido a entrada de frentes frias e massas polares. “O centro dela está no oceano, mas é a mesma massa de ar desde a semana passada. E ela deve continuar pelo menos até o próximo final de semana”, afirma ele.
A massa de ar responsável por manter as umidades baixas costuma também favorecer a concentração de poluentes na atmosfera, já que as partículas não conseguem se dispersar, o que pode ser agravado ainda pela ausência de ventos.
A concentração de poluentes e a baixa umidade do ar causam problemas à saúde. As doenças respiratórias podem ser agravadas devido ao ressecamento das mucosas.
Sintomas como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos são ocasionados pelo ar seco.
Recomenda-se ingerir bastante água, usar soro fisiológico nos olhos e nas narinas, umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhar os jardins e permanecer em locais protegidos do sol.
Além da umidade baixa, as temperaturas também não devem ter grandes alterações nos próximos dias, mantendo as noites frias e os dias quentes. De acordo com o Inmet, os termômetros ficarão entre os 12°C e os 25°C nesta quarta na capital paulista.