SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Banco Central confirmou a expectativa do mercado e cortou, nesta quarta-feira (26), a taxa básica da economia em 1 ponto percentual, para 9,25% ao ano. Foi o sétimo corte seguido da Selic.
A queda era esperada por 45 dos 47 economistas consultados pela agência internacional Bloomberg. Um esperava um corte menor, de 0,75 ponto percentual (para 9,5%), e outro uma redução maior, de 1,25 ponto percentual (até 9%).
A manutenção do ritmo de corte já havia sido sinalizada pelo BC após a redução dos juros realizada em junho
Antes da última reunião, a primeira após a delação da JBS envolvendo Michel Temer, o BC indicava que o próximo corte dos juros poderia ser abaixo de um ponto. Mas o agravamento da crise política reverteu essa expectativa.
O afrouxamento monetário ocorre em um cenário de inflação abaixo do centro da meta do governo, de 4,5% ao ano.
Em junho, país teve deflação pela primeira vez em 11 anos. O índice IPCA recuou 0,23% no mês passado e, em 12 meses, acumula avanço de 3%.
A redução acelerada da inflação ocorre principalmente por causa da crise econômica e do desemprego, que desestimulam o consumo. Também é fruto de uma melhora significativa nas safras agrícolas.
Segundo o Boletim Focus, que reúne estimativas de economistas e instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central, a inflação deve encerrar o ano em 3,33%.
A queda de juros pode ajudar a reanimar a economia brasileira, após o indicador que mede atividade econômica frustrar a expectativa e cair 0,51% em maio.
Na comparação com maio de 2016, o índice apresentou variação positiva de 0,04%, enquanto no acumulado em 12 meses houve recuo de 2,22%, sempre em números dessazonalizados.
Foi o segundo resultado negativo no ano para o indicador, que incorpora projeções para a produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. A outra retração foi vista em março.
A expectativa do Focus é que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça 0,34% neste ano. A projeção é que a taxa de juros encerre 2017 a 8%.