Em razão da minha profissão, freqüentemente preciso fazer uso de táxis, principalmente nos trajetos entre hotéis, aeroportos e residência. Em Curitiba já tenho um que sempre me leva ao aeroporto. Por ser um cliente fiel recebo um atendimento personalizado e sempre que possível o taxista está à disposição, é só ligar e marcar hora.
Procuro interagir com os motoristas, afinal para tornar essa pequena viagem menos monótona nada melhor que bater um bom papo com eles. Ouço histórias fantásticas. Muitos destes profissionais possuem baixa escolaridade, a maioria parou de estudar no primeiro grau, e quando muito terminaram o segundo grau. O baixo nível de instrução não impede de aprendermos algumas lições com estes profissionais, que fazem das ruas o seu ambiente de trabalho. Os taxistas também são chamados de “psicólogos urbanos”, já que estão ali prontos para ouvir o passageiro. Normalmente estão de bom humor, apesar da longa jornada diária de trabalho e da violência a que estão expostos. Numa das minhas idas para o aeroporto de Congonhas (São Paulo), em plena sexta-feira, final de tarde, horário de rush e para piorar com chuva, por precaução sai do hotel na Paulista, com prazo suficiente para não me atrasar. Durante o trajeto, enquanto conversava com o taxista, comecei a ficar meio nervoso, pois o tempo passava e o trânsito não ajudava. Vendo a minha aflição, o motorista para adiantar o serviço começou a fazer o recibo, mas quando chegamos ao aeroporto o taxímetro marcava um real a mais que o valor do recibo. No mesmo momento eu pedi um desconto, mas o taxista em contrapartida sacou o seu bloco de recibo e fez um novo acrescentando aquele um real. Surpreso com a sua reação, questionei-o porquê não daria o desconto e ainda por que havia acrescentado um real, o que para mim parecia tão insignificante. Então ele me respondeu de forma muito decidida que se fosse a qualquer supermercado fazer compras, e quando passasse no caixa faltasse muito menos do que um real para pagar, ou ele pagaria a diferença ou teria que deixar algum produto lá, e completou: “doutor esse é o meu trabalho e eu valorizo muito o que faço”.
É claro que sai meio decepcionado com a negociação, afinal não consegui meu desconto, mas cumpri o papel de quem está pagando pelo serviço que é tentar negociar sempre, e ainda reforcei uma boa lição, que na vida não tem “lanche grátis”. Aquele motorista sabe bem quanto custa o seu trabalho, mas infelizmente muitos profissionais acabam se dando descontos, se vendendo por pouco, e consequentemente se desvalorizando, porque não aprenderam a negociar ou a dizer não, como fez o taxista.
A arte da negociação profissional tem que ser uma via de duas mãos e não só de quem contrata. Então, valorize-se!!!!!!!
Um grande abraço, boa semana e Deus te abençoe.
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Desmar Milléo Junior, Autor do Livro: “Apenas Boas Intenções Não Bastam”, Palestrante nas áreas motivacional, comportamental e vendas.Treinamentos com Jogos de Negócios & Simuladores. SITE: www.milleo.com.br & www.treinamentodegestao.com.br