O presidente do Paraná Clube, Leonardo de Oliveira, convocou uma entrevista coletiva nessa quinta-feira (dia 17) para divulgar que foi paga a última parcela da dívida do caso Thiago Neves. Não temos mais um centavo de dívida sobre o Thiago Neves, um dos maiores problemas da história do clube. Estamos comemorando o fato de ter sido resolvido, disse o dirigente.

O clube pagou em 2017 a última parcela de R$ 500 mil que devia ao empresário Léo Rabello. O débito total cobrado era de R$ 40 milhões. No entanto, a diretoria do clube negociou com Rabello e conseguiu reduzir o valor para R$ 4, 5 milhões. Em 2016, foram pagos R$ 4 milhões dessa dívida.

Em 2016 tivemos as cotas de tevê penhoradas junto na CBF por causa do famigerado processo do Thiago Neves. Uma dívida de R$ 40 milhões. Foi uma catástrofe naquele momento. Negociamos por quatro meses com o Rabello e reduzimos para R$ 4,5 milhões. Essa coletiva é para dizer que na semana passada pagamos a última parcela, explicou o dirigente.

No entanto, o Paraná segue com outras dívidas e ainda tem 85% das cotas de tevê (principal fonte de receita do clube) bloqueadas por outros processos trabalhistas. Essa resolução para de assombrar a vida do clube. Neste momento não traz impacto financeiro líquido, não libera nenhum centavo. Mas uma dívida de R$ 40 milhões ia bloquear por muito mais tempo, comentou Leonardo.

O caso Thiago Neves começou em 2003, quando o clube perdeu 50% dos direitos econômicos do meio-campista em acordo com a empresa LA Sports, que fornecia alimentação para jogadores das categorias de base em troca da metade do passe de cinco atletas sub-20. Em 2006, o Paraná vendeu por cerca de US$ 200 mil 30% desses direitos do jogador para a empresa Systema, de Léo Rabello. A LA Sports também vendeu 30%. Em seguida, o clube vendeu os 20% restantes por R$ 480 mil. Ou seja, ficaram 32% para a LA Sports e 68% para a Systema.

Em 2007, para adquirir Thiago Neves em definitivo, Rabello depositou os R$ 2 milhões da multa rescisória em juízo. Em 2008, o Paraná repassou a parcela R$ 640 mil para a LA Sports (os 32% desses R$ 2 milhões). No entanto, o clube sacou R$ 1,36 milhão dos 68% da Systema e utilizou para outras despesas. A empresa de Rabello processou e pediu o dinheiro de volta. O processo se arrastou na Justiça e o valor chegou a R$ 45 milhões (com a correção da inflação).