O técnico do Paraná Clube, Lisca, aproveitou sua participação no programa Papo de Craque, da rádio Transamérica, de Curitiba, para fazer um desabafo. Empolgado, ele usou suas primeiras respostas na entrevista dessa quarta-feira (dia 23) para criticar o trabalho da imprensa e para reclamar do apelido Lisca Doido. Segundo o treinador, parte da imprensa abusa no uso do apelido e acaba esquecendo de analisar o trabalho do técnico. Me incomoda um pouco, por que é o que vende para fora. É só ‘doideira’, o mercado… me atrapalha um pouco. Não é doideira, é gostar de trabalhar. Já perdi muitas situações em que dizem, ‘pô, mais vai trazer um doido?’, declarou.

A maneira como a imprensa retratou o jogo com o Paysandu, no último sábado, também foi alvo do treinador. Depois do jogo eu vejo a crônica especializada e é uma balbúrdia. É o mesmo jogo com três, quatro leituras diferentes. Em vários sites dizem, ‘o Paraná entrou fechado, pra jogar por uma bola…’ foi assim que foi o jogo? Tem gente que não vê o jogo e faz a crônica. E alguns que também não viram o jogo e ‘chupam’ a pronta errada!”, disse.

Nos demais momentos da entrevista, Lisca mostrou bom humor e respondeu se tem alguma superstição. Jogamos pelo Porto Alegre contra o Cerâmica. E para entrar no estádio o ônibus tinha que ir de ré. Jogamos uma, perdemos, a outra, perdemos… chegou a terceira, valia o acesso, o motorista foi entrar de ré, eu disse, ‘não, vamos entrar de frente’. Aí ele me disse que não tinha como, que ia bater e eu ‘azar do ônibus’ e entramos de frente. E não é que ganhamos o jogo?, disse. No entanto, revelou que sua única superstição é arrumar a cama do hotel antes de sair para o jogo. Não sei por que disso. Mas não chamo a camareira. Eu mesmo arrumo, contou.

Lisca também contou sobre sua passagem pelo Internacional. Ele foi formado nas categorias de base do clube gaúcho e, nos três últimos jogos do Brasileirão 2016, assumiu o comando da equipe principal. O time já estava praticamente rebaixado e o treinador não conseguiu evitar a queda. Eu fui formado no Inter, meu avô foi goleiro do Inter, meu bisavô foi treinador. É minha casa, eu fui criado lá dentro. Eu já era para ter ido antes, antes do Falcão, mas aí tinha aquilo do doido… aí foi o Celso Roth, e quando ele saiu o presidente me ligou, foi uma convocação, fui como franco atirador. Era uma situação difícil, comentou. E afirmou que não havia expectativa de permanecer no Inter para 2017. Eu já sabia que não ia ficar, o Antônio Carlos já estava acertado. Tenho um orgulho muito grande de ter tentado e não ter deixado o Inter na mão, explicou.