Em 2016, a piscicultura cresceu 10% no Paraná e só não aumentou mais por causa das baixas temperaturas registradas durante o inverno daquele ano. Mesmo assim, o Estado fechou o ano como o maior produtor de pescados em cativeiro. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura foram 75 mil toneladas (toda a Região Sudeste, por exemplo, foi responsável por 90 mil toneladas).
Na avaliação da Associação, o bom desempenho é resultado do trabalho dos produtores independentes, que investem na produção intensiva de tilápias em viveiros escavados. O Paraná abastece estados como Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. De hoje até o dia 15 de setembro acontece a 14ª Semana do Peixe, campanha que pretende estimular o consumo de pescados no País.
A produção brasileira de peixes em cativeiro cresce a cada ano, mas o consumo ainda está muito atrás de outros países. Só em 2015, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram produzidas 483 mil toneladas de pescados no Brasil, crescimento de 1,5% em relação a 2014. Mas o consumo não acompanha a tendência: o brasileiro consome menos de 10 quilos por ano, enquanto a média mundial é de 20 quilogramas a cada ano.
Para mudar esse quadro e incentivar o consumo de peixe no Brasil, é que foi criada a Semana do Peixe, coordenada pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura (Compesca-Fiesp) e empresas do setor. A campanha, que neste ano terá o tema Saúde e Sabor, pretende incentivar a comercialização de peixes e frutos do mar no varejo e food service, além de aumentar o conhecimento da população sobre os benefícios do consumo de pescados.
Apesar da produção em alta, o Brasil ainda precisa importar boa parte dos pescados consumidos — cerca de 500 toneladas por ano.

Aquicultura emprega mais de 200 mil pessoas em todo o Brasil
A economia também agradeceria se o brasileiro mudasse seus hábitos alimentares e passasse a consumir mais peixes e frutos do mar. O país tem mais de 1 milhão de pescadores ativos e cerca de 200 mil pessoas estão empregadas na aquicultura, entre produção, frigoríficos e fábricas de ração. A estimativa da Associação Brasileira de Piscicultura é que a comercialização de peixes de aquicultura movimenta cerca de R$ 4,3 bilhões por ano, com um crescimento de 10% nos últimos anos.
O Brasil é o 13° no ranking mundial de pescado cultivado, mas tem potencial para estar entre os primeiros. Temos uma costa muito grande além de bacias hidrográficas que poucos países possuem, sem falar na extensão territorial para a pesca em cativeiro.

Benefícios do peixe
Previsibilidade da produção, gerando lotes de qualidade e mais homogêneos
Em comparação à pesca extrativa, oferta de produto mais constante e regular
Criação de sistemas de rastreabilidade da cadeia, com maior garantia de qualidade
Maior análise de processos e busca da redução dos custos
Maior controle da alimentação da espécie cultivada, assegurando um alimento saudável e seu valor nutritivo
Geração de emprego em áreas rurais e ribeirinhas