O novo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, nesta quarta-feira (13), vai mobilizar mais uma vez um verdadeiro aparato de guerra na Capital paranaense. De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita, serão mil policiais militares destacados para o esquema, que incluirá novamente bloqueio das quadras próximas à sede da Justiça Federal, no bairro do Ahu, com acesso controlado.

O número é menor do que os 1.700 PMs, além de 250 guardas municipais e outros 250 agentes de trânsito, mobilizados em maio, no primeiro interrogatório do petista ao juiz responsável pelos processos da operação Lava Jato, a um custo de R$ 150 mil aos cofres públicos, sendo R$ 110 mil com o aparato da PM, mais R$ 40 mil com os custos de patrulhamento aéreo com helicópteros.

De acordo com a secretaria, o aparato menor porque também está previsto que a mobilização de manifestantes pró e contrários a Lula será menor do que o esperado da outra vez. Esquema muito parecido, porém um pouco menor. Considerando informações repassadas a nós, virão menos pessoas, explicou o secretário.

No primeiro depoimento a informação inicial era do deslocamento de mais de cerca de 60 mil pessoas, o que acabou não se confirmando. Desta vez são esperados cerca de 5.000 mil manifestantes e a chegada de 50 ônibus.

Assim como da primeira vez, as ruas no entorno da sede da Justiça Federal, no bairro do Ahu, seram bloqueadas e acesso controlado em uma distância de duas quadras do prédio. O bloqueio começa às 6 horas da manhã com agentes de trânsito e policiais para fazerem o desvio e um segundo bloqueio começará às 12 horas, mais próximo ao predio da Justiça Federal no qual ninguém terá acesso sem credenciamento.

Separação

As manifestações pró-Lula devem acontecer no Museu Oscar Niemeyer, enquanto que os protestos dos contrários ao petistas serão na praça Generoso Marques, centro da Capital. Nas estradas também haverá fiscalizações para controlar o acesso dos ônibus com manifestantes à cidade. Nosso objetivo é garantir uma manifestação tranquila de qualquer grupo da sociedade e um ato de Justiça Federal sem qualquer constrangimento, acrescentou Mesquita.

No mesmo horário do depoimento, o PT marcou a chamada 2ª Jornada de Lutas pela Democracia – um ato em defesa de Lula no Paço Municipal, na Generoso Marques. Ainda não se sabe se como no dia 10 de maio, a ex-presidente Dilma Roussef virá. Do outro lado, os grupos Curitiba Contra a Corrupção e Movimento Brasil Livre (MBL), apoiadores da Lava Jato e da condenação do ex-presidente Lula, se reunirão em frente ao Museu Oscar Niemeyer (MON), a partir das 13 horas.

Nesse processo, Lula é acusado de receber propina da Odebrecht para a construção de uma sede do instituto que leva seu nome, em São Bernardo do Campo. Além disso, R$ 504 mil teriam sido usados para a compra de um apartamento vizinho à cobertura do ex-presidente. A defesa de Lula nega as acusações e alega que o processo é político.