O Brasil tem mais de 350 mil pessoas portadoras de marca-passo e, a cada ano, em torno de 39 mil dispositivos são implantados em novos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particulares. Apesar disso, o País ainda vive uma situação preocupante, segundo cardiologista Luiz Paulo Rangel, presidente da Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (ABEC/DECA) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV).

O Brasil é líder por morte causada por insuficiência cardíaca no mundo. É importante lembrar que muitos pacientes com insuficiência cardíaca não são identificados, o que gera registros incompletos, ressalta.

Nesta semana, no dia 23 de setembro se comemora o Dia Nacional do Portador de Marca-passo e uma das frentes da celebração é promover a quarta edição da campanha nacional voltada para os portadores do equipamento. Com o slogan Não deixe o seu coração sair do ritmo. Tome uma medida de pulso, a campanha é de utilidade publica e será desenvolvida nas principais capitais brasileiras. O foco será a conscientização sobre a necessidade de arritmiaas serem corretamente diagnosticadas.

Durante a campanha, os médicos a ABEC/DECA e profissionais de saúde irão ensinar a população a medir a frequência cardíaca por meio dos batimentos no pulso. Sem a necessidade de equipamento específico é possível detectar mudanças no ritmo das batidas do coração, os quais podem representar sinais de arritmias e doenças cardíacas, como por exemplo, a insuficiência cardiovascular.

Em 2015, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou um estudo chamado Breathe – 1º Registro de Insuficiência Cardíaca, traçando um panorama inédito da síndrome nas diversas regiões do país. Na ocasião, o estudo constatou que 50 mil pessoas morrem todo o ano no Brasil por complicações cardíacas e 100 mil novos casos são diagnosticados, anualmente.

Também em 2015, o Departamento de Informática do Sistema Único de Sáude (DataSUS), registrou 219 mil internações por insuficiência cardíaca no Brasil.
O portador de marca-passo consegue ter uma vida normal após a recuperação da cirurgia de implantação. Segundo as informações do Guia a ABEC/DECA, a cirurgia é simples, com duração que oscila entre uma e duas horas, sendo realizada com sedação e anestesia local, aplicada abaixo da clavícula. A alta ocorre em até dois dias.


Como medir seu pulso?

A medida é muito simples: ponha as pontas dos três dedos abaixo do pulso, na base do polegar, pressione ou mova os dedos até sentir a pulsação. O polegar não pode ser utilizado por ter pulso próprio.

Utilize um relógio com ponteiros de segundos e observe se seu batimento é constante ou irregular, se a pulsação é forte ou fraca. Se contar as batidas em 15 segundos, deve multiplicá-la por 4 e assim obterá o número de batimentos cardíacos por minuto.


Dicas para os portadores de marca-passo

1 Eletrodomésticos
Em geral podem ser utilizados sem restrições desde que estejam em perfeito estado de funcionamento e devidamente aterrados. Deve ser evitado o contato direto da região do corpo onde está o marca-passo como o aparelho funcionando

2 Micro-ondas
Em condições normais, pode ser usado sem problemas

3 Telefonia
Celulares não produzem interferências ao portador de marca-passo

4 Bancos
Todo portador de marca-passo tem um documento que deve ser apresentado ao segurança. O documento de identificação permite ao portador do equipamento entrar por outra porta do banco, onde não haja o detector de metal.

5 Choque
Aterrar equipamentos no ambiente domiciliar é no trabalho é fundamental para a segurança de quem usa marca-passo. O portador de marca-passo não deve consertar equipamentos elétricos ligados à rede elétrica e deve manter distância de cercas elétricas.
6 Exames
A ressonância magnética deve ser prescrita pelo médico cardiologistas. Há restrições para a maioria dos modelos de dispositivos, principalmente os mais antigos.

7 Exercícios
O médico deve ser consultado para que uma rotina de exercícios físicos seja adotada. O marca-passo em si não impede a prática de exercícios em si. A restrição se dá em função de outra patologia cardíaca limitante que venha associada às doenças do sistema elétrico. Deve-se evitar grandes esforços com o músculo peitoral onde está implantado o sistema.

8 Dirigir
Dirigir automóvel, pilotar motocicleta, andar, correr, nadar, pescar, viajar (avião, ônibus, trem, navio) também são permitidos ao portador do marca-passo, exceto se existirem outras doenças cardíacas limitantes.

9 Validade
A durabilidade ou vida útil do aparelho é de aproximadamente 8 anos. Mas cada caso é diferente do outro e a duração da bateria pode variar entre 6 e 15 anos.