Em primeiro lugar, calma! Provavelmente nenhum de nós, pais, terminando o antigo segundo grau, sabia ao certo o que queria fazer para o resto da vida. Imagine esta nova geração, cheia de crises existenciais e acostumada, desde o berço, a trocar insistentemente canais de TV, vídeos curtos e atrativos no Youtube ou as inúmeras músicas ecléticas de sua playlist. Y, Z, Millenials… O fato é que, hoje, redescobre-se o mundo a cada instante e encontra-se novas formas de pensar, se relacionar e agir.

Já não se faz mais aquela velha pergunta: o que vou ser quando crescer?, mas o que quero ser aqui e agora?. E diante de tantas possibilidades oferecidas nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda.

Fato é que não dá para definir o futuro em uma carreira. Ampliamos a discussão e falamos de vocação, termo bastante amplo e tem sua origem no verbo latino vocare, que significa chamado, apelo, convite. Pensaríamos, assim, em construir a lápis um Projeto de Vida, passível de alterações, rabiscos e riscos. Algo pessoal, intransferível e não linear. Por isso é que vale a pena registrar cada momento, conservando nossa memória histórica e pensando nos próximos passos. Importa mais a distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio destino final.

Diversas escolas e centros especializados oferecem testes vocacionais, seminários de profissões ou até coachings, tendo como objetivo principal fazer o jovem vivenciar possibilidades diante de suas aptidões. O Colégio Marista Glória, por exemplo, propõe junto às turmas de 9º ano o Circuito Projeto de Vida (https://goo.gl/m11FLo), registro da memória histórica e os passos em direção aos sonhos. Por meio de subsídios e plataformas apoiadas numa linguagem moderna, espera-se chegar ao Terceirão com maior maturidade. A missão da escola é trabalhar com o desenvolvimento integral do seu educando e isso é pensar também na saída dele e em sua vocação profissional.

Percebemos, com esta caminhada, algumas dicas importantes para o acompanhamento dos responsáveis: ajude a ampliar o autoconhecimento de seu filho e provoque-o a pensar nas possibilidades; esteja aberto a ouvir e dialogar, partilhando sonhos e angústias; qualquer utopia de sucesso fácil é um grande risco, principalmente se forem carregadas de experiências anteriores da família; dinheiro traz felicidade? Quais os valores de seu filho e de sua família?; garantam tempo e explorem, ao máximo, os detalhes de cada possibilidade de escolha de carreira, estimule visitas às faculdades e contatos com profissionais da área.

E, principalmente, lembre-se que em todas as idades é possível mudar e recomeçar. Nenhuma escolha precisa ser para sempre! Queira estar próximo e presente na vida dos jovens, entendendo seus anseios, sonhos, dificuldades e lutas para construírem, juntos, projetos de vida individuais e coletivos.

 

Wagner Botelho é coordenador de pastoral do Colégio Marista Glória, do Grupo Marista