BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O procurador da República Eduardo Pelella enviou um ofício à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nesta sexta-feira (22) se colocando à “disposição” para esclarecimentos. Pelella foi chefe de gabinete do antecessor de Dodge, Rodrigo Janot. No ofício, ele menciona reportagem da Folha de S.Paulo que mostra o teor de uma conversa do procurador Sidney Madruga em que o nome de Pelella é citado.

Segundo Madruga, a “tendência” da PGR é investigar a atuação de Pelella no acordo de delação da JBS. A interlocutora dele era a advogada Fernanda Tórtima, que atua para a empresa. Ela foi um dos personagens da crise que levou às prisões e ao cancelamento do acordo de colaboração de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo. Os dois almoçaram na quinta (21) em um restaurante em Brasília.

A reportagem da Folha de S.Paulo estava na mesa ao lado e ouviu a conversa entre eles. Após a revelação do encontro, a PGR anunciou a exoneração de Madruga do cargo de coordenador do Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral), para o qual fora nomeado por Dodge na terça (19), um dia depois de ela tomar posse. No ofício enviado à chefe da PGR, Pelella diz: “Tendo tomado conhecimento na manhã desta sexta-feira, 22 de setembro, da matéria intitulada ‘Braço direito de Janot pode ser investigado, diz procurador’ (Folha de S.Paulo), na qual membro de sua equipe de trabalho alude, ainda que, informalmente, à necessidade de investigação de supostos fatos envolvendo o subscritor no cumprimento de sua atividade institucional, informo a Vossa Excelência que, a exemplo do que ocorreu durante todo o período de transição, estou à disposição para qualquer esclarecimento que se entenda necessário”.