Obras de 26 jovens artistas chineses ocupam as salas do Museu Municipal de Arte – MuMA, apresentando ao público um recorte da arte produzida pelas novas gerações, nascidas e imersas no mundo globalizado. A mostra integra a programação da Bienal de Curitiba 2017, que elegeu a China como país homenageado, e faz o contraponto com a mostra que está em cartaz no MON – Museu Oscar Niemeyer, onde estão representados os artistas consagrados da arte contemporânea chinesa.

O curador Zhang Zikang explica que os trabalhos ali expostos revelam que os artistas chineses estão se libertando de certos tipos e escolas de arte, em favor de uma produção artística mais pessoal, que capta e processa as várias mensagens da sociedade atual. Esses artistas estão se expressando através de uma linguagem artística contemporânea e internacional, baseada em valores tradicionais e culturais chineses, acoplados a diferentes contextos, perspectivas e modos de representação, diz.

Zikang e três dos artistas expositores – Wang Liwei, Zhang Tingqun e Zhang Cheng – estiveram em Curitiba na abertura da mostra, acompanhando uma comitiva chinesa liderada pelo sub-diretor do Departamento de Relações Internacionais Culturais do Ministério da Cultura da China, Zhai Deyu. Com a ajuda de tradutores, os artistas expressaram a satisfação de expor em outro continente, alguns levando seus trabalhos pela primeira vez para fora de seu país.

Wang Liwei comentou que todos ali tiveram sorte de serem selecionados para representar a arte da China no Brasil. Gostei muito do museu e do cuidado com que os trabalhos foram expostos, avaliou. Ele é o autor da obra No selfness, no thingness, uma escultura moldada e costurada em couro. Uma das obras que mais chamam atenção é a tela Landscape in her yes, do artista Zhang Huiying, pelo efeito visual da imagem composta por milhares de alfinetes.

Há outras experiências artísticas interessantes que atestam a paciência dos orientais, como a instalação Diary, do artista Qiu Tao, feita em papel e perfurada em caracteres chineses, que, segundo o curador, teria levado um ano meio para ficar pronta. Para Zhang Zikang, a exposição tem o mérito estimular a amizade mútua entre os jovens artistas chineses contemporâneos e o mundo, especialmente neste novo cenário histórico da rota marítima da seda do século 21.

No Museu Municipal de Arte estão mais duas exposições da Bienal de Curitiba: Imagem em profusão: Intersecções da colagem expandida, do Museu da Colagem, e Circuito Universitário da Bienal de Curitiba – Cubic, com curadoria de Stephen Dan Batista.

As mostras ficam em cartaz até 25 de fevereiro de 2018. Confira aqui mais imagens da exposição.

Serviço
Exposição Arte Contemporânea por Jovens Artistas da China
Local: Museu Municipal de Arte – Portão Cultural (Av. República Argentina, 3430 – Portão)
Datas e horários: Até 25 de fevereiro de 2017. De terça-feira a domingo, das 10h às 19h.
Entrada: franca.

O artista Zhang Tingqun com a obra


UNESCO
Acervo do Museu Paranaense é selecionado pelo Programa Memória do Mundo da UNESCO

Parte do acervo de Vladimir Kozák do Museu Paranaense (MP) agora pertence ao Programa Memória do Mundo da UNESCO – Brasil. Primeiro museu do Paraná a integrar o programa, ficou entre os 10 selecionados das 22 candidaturas inscritas no Edital MoWBrasil 2017. A votação ocorreu nos dias 2 e 3 de outubro desse ano, em Belo Horizonte, em sessão plenária do Comitê MoWBrasil.
As obras selecionadas para o programa correspondem ao acervo iconográfico, filmográfico e textual dos povos indígenas brasileiros, produzidos entre os anos 1948 e 1978, período em que Kozák produziu várias filmagens para o Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná, entre elas um documentário dos índios Xetá, desconhecidos até então.
Com o aumento da conscientização sobre a preservação e acesso ao patrimônio documental de várias partes do mundo, o Programa Memória do Mundo foi criado em 1992 pela UNESCO. A seleção de acervos é feita a cada dois anos em conjunto com o Conselho Internacional de Arquivos.