Em setembro deste ano, o general do Exército Hamilton Mourão provocou um verdadeiro rebuliço ao afirmar que os militares estariam dispostos a xecutar uma intervenção para “resolver o problema político” do país, numa alusão aos casos de corrupção.

O discurso de Mourão fez com que viesse à tona a existência de um grande apoio popular a uma proposta de intervenção militar, principalmente diante da crena de que os milicos seria “imunes” à corrupção. A realidade, porém, não é bem assim.

Segundo reportagem do portal UOL produzida pelo jornalista Leandro Prazeres, as Forças Armadas estão longe de ser uma ilha de idoneidade em meio ao caos institucional que assola o país. É que a corrupção também marca presença nos quartéis pelo país.

Denúncias feitas pelo Ministério Público Militar (MPM) apontam desvios milionários praticados tanto por praças como por oficiais de alta patente. Os casos, que vão desde cobrança de propina em contratos de roubo a peças de tanques militares, revelam desvios acima de R$ 191 milhões somente entre 2014 e 2017.

Desde 2010, inclusive, 132 militares foram condenados por crimes como corrupção ativa, passiva e peculato. Além deles, outros 299 oficiais respondem por esses mesmos crimes, mas ainda aguardam julgamento.

Ao todo, foram cerca de 60 denúncias feitas pelo CPM, o que levou o Ministério da Defesa a afirmar que “nenhuma organização ou país está imune à corrupção.

Mais curioso ainda o fato de que as denúncias do MPM apontam para um perfil de corrupção nas forças armadas semelhante ao de outras instituições públicas civis, com desvios por crimes como fraudes a licitações em hospitais militares, pagamento indevido de diárias a oficiais da Aeronáutica, desvio de combustíveis e apropriação de dinheiro público.

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