A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ontem que tem encaminhado à Polícia Federal todos os casos de vazamento de informações constantes em delação premiada sobre os quais teve conhecimento. Desde que assumiu o cargo, há pouco menos de três meses, ela já encaminhou cinco casos à Polícia Federal.
Questionada sobre o assunto, Raquel disse que tem tratado os vazamentos com a seriedade que a lei exige. Ela afirmou que em um dos casos chegou a determinar a interrupção das negociações de delação após um vazamento de informação. Eu tenho trabalhado a questão da delação premiada, como dos acordos de leniência, nos limites que a lei 12.850, no tocante ao instrumento da colaboração premiada, regula, disse Raquel. A lei a que a procuradora-geral se refere trata de medidas de investigação de organizações criminosas e estabelece que o acordo de delação deixa de ser sigiloso apenas após o recebimento da denúncia com base nas informações prestadas pelos delatores.
Dodge considera que exceções a essa regra devem ser guardadas apenas a situações muito excepcionais, que deverão ser analisadas pelo Ministério Público e pelo Judiciário no devido processo legal.