Customizar peças de roupas é uma alternativa para quem gosta de se vestir bem e não pretende investir muito para usar modelos exclusivos e cheios de personalidade nas festas de fim de ano. Na Costuraria C. Nogara, o processo de customização pode ter a participação do cliente e leva em conta o valor sentimental da roupa. A estilista e costureira Carol Nogara explica que a readequação de peças requer intuição e criatividade. ‘Crio variações de um modelo que o cliente apresenta ou visualizo um modelo a partir de sua descrição, investigando seu estilo, suas preferências e aquilo que o cliente não quer, diz.

Na customização, a roupa pode perder a identidade ou continuar com a ideia do que ela já foi. A coordenadora pedagógica Andreia Cristina Goulin Guimarães decidiu transformar um vestido requintado e com pedrarias, comprado para um casamento, em uma saia longa para as festas deste fim de ano. Como não ia usá-lo mais resolvi reaproveitar e transformar o vestido. Dá para colocar a saia mais vezes com blusas diferentes, com um visual mais despojado, afirma Andreia.

 Os retalhos de tecidos que sobram das peças customizadas por Carol ficam seis meses guardados caso as clientes queiram mudar algo ou melhorar o que já foi reciclado. Outras sobras são guardadas também, como bijuterias, fitas, botões, pedras, cintos, entre outros. Passado o período de seis meses, os retalhos, dispostos sobre uma mesa são selecionados e colocados em saquinhos plásticos de acordo com o tipo do tecido e cor ou então numa prateleira. Eles se tornam peças novas nas mãos de Carol. Tendo tempo e uma inspiração momentânea, pego um saco de peças e faço uma roupa, diz a estilista. O segredo é saber tudo o que tem e deixar organ izado. Deixo que os tecidos, os retalhos me digam o que querem se tornar. E de acordo com o que a cliente quer, a sua personalidade, uso ainda os reciclados na roupa dela a ser modificada, complementa.

O conceito de sustentabilidade no processo de criação e revitalização minimiza a produção de resíduos e gera valor a partir do que se tem à mão. Segundo Carol quase nada vai para o lixo e a ideia é trabalhar com resíduo zero. Cada milésimo de tecido pode se tornar um acabamento, uma alça ou outro detalhe da roupa. Desta maneira, ela exercita os conceitos da moda sustentável, como a reciclagem, a reutilização de materiais e a redução de impactos. A estilista lembra que o lixo têxtil é considerado hoje o maior poluidor mundial do meio ambiente.

 Arte

 A estilista Carol Nogara busca sua inspiração na diversidade e etnias na criação de novas peças.  A arquitetura, o design, as texturas e percepções também orientam seu trabalho. Gosto de criar, então não busco modelos já prontos nas revistas de moda, por exemplo. A criação parte de fundamentos, formas, texturas e cores. A história da cliente ou da peça também pode ser meu ponto de partida, diz.

A inspiração da customização vem também da arte. Ritmos tribais, música eletrônica e clássica são importantes no processo de criação de Carol Nogara. Ela tem afinidade com as bandas The Cat Empire, Yemen Blues, Nicolas Jaar; filmes de Tarantino, Jodorowski, Almodovar e Kubrick; documentários étnicos e a estética de filmes como Hero, Matrix, Gladiador; e pinturas de Boticelli, Da Vinci, Dalí, Warhol, entre outros; e a dança de Pina Bausch e fotografia de Richard Quartley.

 

Costuraria C. Nogara

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