Os relatos de novos casos de febre amarela pelo país nos últimos meses, principalmente na região Sudeste acabou provocando uma verdadeira corrida em busca da vacina contra a doença. Em Curitiba, laboratórios particulares estão com o material em falta, ao passo que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registra a maior demanda por vacinação desde 2008. Naquele ano o país enfrentou um surto da doença, inclusive com o Paraná registrando um novo caso (e morte) após 42 anos.

Entre os centros de vacinação particular, todos os cinco contatados pelo Bem Paraná (Frischmann Aisengart .Life Center, Previnna, Proteção e Vacinna) informaram estar com a vacina em falta. A procura pelo produto teria começado a crescer na semana passada. Como a demanda até então costumava ser pequena, o estoque já acabou.Sempre teve procura (pela vacina), mas de pessoas que iam viajar. Agora vemos que é muita gente fazendo por prevenção, afirma a enfermeira Keila Souza Santos, do Previnna Centro de Vacinação. Ano passado também tivemos um aumento na procura nessa época do ano, mas foi algo que logo parou. Agora a situação atingiu outra dimensão, a demanda está bem maior.

Os dados da Prefeitura de Curitiba mostram que e 2000 e 2016, foram aplicadas uma média de 15 mil doses ao ano na Capital – com exceção a 2008, quando foram mais de 130 mil doses. Já em 2017, por conta do surto, a demanda triplicou, com a aplicação de mais de 45 mil doses.

Em 2018 já estamos observando uma procura maior, algo bem parecido com aquilo que já havia acontecido dez anos atrás”, diz a médica Marion Burger, do Centro de Epidemiologia da SMS. Ela destaca que as pessoas não devem fazer a vacinação ‘simplesmente porque está na moda. Além disso, desde 1942 não é resgistrado um caso urbano de febre amarela no País e o último caso no Paraná, foi em 2008, em Laranjal.

Por isso, na Capital só estão sendo vacinadas pessoas que irão se deslocar para uma área de risco ou que irão viajar para um país que exija certificado e que nunca tenham tomado uma dose da vacina, que não precisa ser repetida.

A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Para crianças, a vacina não deve ser aplicada ao mesmo tempo que a tríplice viral ou tetra viral.