As estradas do Paraná foram palco para tragédias com enredo parecido nos últimos dias. É que dois pedestres perderam suas vidas em ocorrências de atropelamento na BR-277 e na BR-116, na Região Metropolitana de Curitiba. Os dois casos foram registrados no período da noite e o principal detalhe é que as vítimas estavam a cerca de 100 metros de uma passarela.

O primeiro acidente, que vitimou um homem de 37 anos, foi registrado no quilômetro 109 da BR-277, em Campo Largo. Já o segundo ocorreu na noite de anteontem, nas imediações do Clube Santa Mônica, em Colombo. Na BR-116, inclusive, foram registrados 12 atropelamentos em 2017, com duas vítimas fatais. Desses 12 atropelamentos, nove foram a menos de 500 metros de uma passarela. inclusive os dois que resultaram em morte.

De acordo com o policial rodoviário Fernando Oliveira e Francisco Pires, gerente de tráfego da concessionária Arteris, ocorrências assim não são raras de serem verificadas nas rodovias, estando geralmente relacionadas a fatores como distração, consumo de bebida alcoólica e motorista no perímetro urbano acima da velocidade máxima permitida.

Lamentavelmente, ocorrêncais assim são comuns. O que notamos é que há uma falta de entendimento por parte da pessoas, já que vemos gente de todo o tipo se expondo a esse risco, desde andarilhos até mulheres com crianças de colo. A impressão que dá é de que as pessoas não tem muito a noção do risco de distância e velocidade na rodovia, que é completamente diferente do que na rua em que ela mora, afirma Pires.

O policial rodoviário, por sua vez, destaca que nem sempre essas ocorrências envolvem pedestres que estão tentando apenas atravessar a rodovia. No caso registrado em Colombo, por exemplo, testemunhas relataram que a vítima andava na pista de um lado para o outro antes de se atirar na frente do caminhão que o matou.

Esses acidentes acontecem mais de noite e próximo ao final de semana, que é quando o pessoal também bebe mais. Não temos como estimar com precisão, mas grande parte das vítimas tinha ingerido bebida alcoólica, aponta Fernando. Atravessar uma rodovia, conforme o movimento, já é uma tarefa difícil e demorada. De noite, com menos visibilidade e sob efeito de drogas, é uma tarefa ainda mais difícil, complementa.

Para que mais tragédias sejam evitadas, a PRF alerta aos motoristas para que respeitem os limites de velocidade e pratiquem sempre a direção defensiva. Já quanto aos pedestres, a recomendação é que só inicia a travessia se tiver certeza que consegue concluí-la, sempre de forma perpendicular à pista para percorrer a menor distância possível. Além disso, é importante destacar que jamais se deve atravessar uma faixa e esperar no meio da pista para que outra faixa fique livre.