SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Novo protesto do MPL (Movimento Passe Livre) terminou em confusão, na noite desta terça-feira (22), na região do Campos Elíseos, centro de São Paulo. Policiais militares usaram bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Não há informações de pessoas feridas ou detidas.
O ato começou no final da tarde, na avenida São João, e seguiu em passeata até a avenida Rio Branco, onde chegou por volta das 20h. No local, alguns manifestantes chegaram a jogar lixo na tentativa de bloquear a via, o que levou a polícia a usar ao menos três bombas contra o grupo, que dispersou.
Alguns manifestantes seguiram em passeata da avenida Paulista, mas não conseguiram se aproximar do protesto devido a um cordão feito por policiais militares.
Dois atos convocados pelo MPL já tinham terminado em confusão nas últimas semanas. No dia 17, agências bancárias tiveram os vidros quebrados e ruas foram fechadas por entulhos após a dispersão no largo da Batata, na região de Pinheiros (zona oeste). Três menores foram apreendidos na ocasião.
Na semana anterior, um grupo tentou entrar na estação Brás de trem e metrô e, segundo os organizadores, foi impedido pela PM. Alguns conseguiram furar o bloqueio e chegaram a pular as catracas. Coquetel molotov foi jogado em direção aos PMs, que responderam com bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha.
As tarifas subiram de R$ 3,80 para R$ 4 no último dia 7. O reajuste, de 5,26% -abaixo da inflação-, foi anunciado de forma conjunta pelas gestões do prefeito João Doria e do governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, ainda em dezembro de 2017.
CONGELADA EM 2017
Em 2017, o valor unitário do ônibus, metrô e trem ficou congelado em R$ 3,80, após promessa de campanha feita por Doria. Em compensação, o valor da tarifa integrada entre ônibus e trilhos (metrô ou trem) teve reajuste de 14,8%, chegando a R$ 6,80. A medida, que chegou a ser suspensa por três meses pela Justiça, motivou uma série de protestos na capital, que não surtiram efeito.
O MPL foi criado em 2005 com a bandeira da “tarifa zero”, defendendo gratuidade total do transporte coletivo. O movimento, porém, só ganhou expressão em 2013, quando organizou os atos contra o aumento de R$ 0,20 no valor da tarifa em São Paulo (de R$ 3 para R$ 3,20, na ocasião), que acabaram se espalhando por todo o país depois do aumento da repressão policial aos protestos.