MÔNICA BERGAMO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A avaliação judicial do tríplex atribuído ao ex-presidente Lula encontrou um fogão, um exaustor e uma geladeira, sem uso e desligados, no imóvel. Além disso há armários e camas “em bom estado de conservação”. Segundo o mesmo laudo, o apartamento vale R$ 2,2 milhões. O procedimento foi feito a pedido do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que determinou a venda do imóvel por meio de hasta pública. Ele tomou a providência depois que a Justiça do Distrito Federal penhorou o tríplex num processo de cobrança de dívidas da OAS. Moro, que atribui o apartamento a Lula, suspendeu o procedimento e determinou a venda do imóvel. Segundo o laudo, “no primeiro pavimento há uma sala com varanda, cozinha e área de serviço, lavabo e uma suíte” que não existia na planta original, modificada “para a inclusão deste dormitório”. No segundo pavimento “existem três quartos compactos”, sendo um deles suíte, “um banheiro e um hall de distribuição”. No terceiro pavimento há uma sala, churrasqueira e piscina. Coifa e armários desta área “apresentam sinais de desgaste e ferrugem”. Um elevador integra os três andares. “O imóvel possui piso frio em todos os cômodos e armários planejados nos quartos, cozinha, área de serviço, área externa e banheiros”, segue o documento. A oficial de Justiça que fez a avaliação esclareceu no laudo que se dirigiu ao local e que o porteiro, “sr. Alexandre”, informou que “as chaves do apartamento ficam com funcionários da empresa OAS”. O funcionário deu a ela o telefone da empreiteira, que enviou dois funcionários ao local. Um deles era a engenheira Mariuza Aparecida da Silva Marques, que foi testemunha do processo contra Lula. O fato de o ex-presidente nunca ter ficado com as chaves do imóvel e de ele estar até hoje em posse da empreiteira é um dos argumentos centrais da defesa de Lula. Os advogados alegam que o apartamento é da construtora e não pode ser atribuído ao ex-presidente.