Antes do início da temporada de verão, a expectativa era grande (e positiva) entre os comerciantes do litoral do Paraná. E tudo parecia ir bem, tanto é que as praias do Paraná bombaram no final de ano. Mas aí veio janeiro, as chuvas e a coisa acabou tomando outro rumo, ao ponto de a Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral) estimar que esta foi uma das piores temporadas das últimas décadas.

Segundo Carlos Dalberto Freire, presidente da Assindilitoral e proprietário de um restaurante em Matinhos, até o dia 7 de janeiro ‘foi tudo muito bom’, com um movimento 20% superior ao registrado na temporada anterior. Depois, contudo, foram mais de 24 dias de chuva, inclusive com ocorrências de trovoadas fortes e vendaval no final da tarde.

Foi muita chuva e quem trabalha a noite teve um problema seríssimo, o que atrapalhou demais na média final. Tivemos uma das piores temporadas dos últimos 50 anos porque o tempo atrapalhou muito. Não adianta ter sete dias bons e 30 dias ruins, explica Freire.

No Carnaval, o movimento até voltou a dar uma aquecida. Como na quinta e sexta-feira anteriores ao feriado fez tempo bom, muitas pessoas desceram a serra para curtir a folia nas praias do Paraná. Sábado e domingo o cenário de tempo se repetiu, mas na segunda e terça-feira voltou a esfriar, ‘espantando’ os foliões que estavam no litoral.

No final de ano, os hotéis e pousadas estavam praticamente lotados. Já no Carnaval, foi menos de 50% da lotação, muito fraco para esse tipo de negócio, diz o presidente da Assindilitoral. Além do clima, o pagamento de impostos como IPVA, IPTU, compra de material escolar, tudo isso influenciou no Carnaval, complementa.

Com relação ao faturamento, Freire explica que ainda está sendo analisado o quanto a temporada de verão conseguiu injetar na economia do litoral paranaense. Com o movimento baixo registrado nos meses de janeiro e fevereiro, contudo, ele estima que o valor ficará pelo menos 40% abaixo do registrado em 2016/2017;

Também percebemos que influenciou bastante o fato de o pessoal estar mais pé no chão, não estão confiando na situação econômica do país. Brasileiro era extravagante nos gastos, mas hoje se segura mais, comenta o empresário. É uma situação bastante delicada e agora esperamos que as pessoas venham, porque aqui temos uma grande vantagem: temos as praias mais lindas e mais limpas do Brasil, finaliza.