EDOARDO GHIROTTO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As alterações promovidas pelo técnico Fábio Carille enfim surtiram efeito no Corinthians. Sem um atacante de origem na formação titular, a equipe alvinegra venceu o Palmeiras por 2 a 0, neste sábado (24), no Itaquerão, e manteve o domínio nos clássicos recentes contra o principal rival do Estado. A vitória no dérbi reabilita o Corinthians às vésperas da estreia na Copa Libertadores, contra o Millonarios, na Colômbia. O time não apresentou um bom futebol nas últimas rodadas do Campeonato Paulista e estava há três jogos sem vencer -um empate e duas derrotas. O cenário é semelhante ao do ano passado. A equipe de Carille estava em crise e enfrentou o Palmeiras na 32ª rodada do Brasileiro com a possibilidade de perder a liderança para o rival. Mas, com uma vitória por 3 a 2, o Corinthians derrubou as pretensões do time alviverde e se sagrou campeão três jogos depois. A vitória mantém o Corinthians em vantagem na primeira posição do Grupo A. O time chegou aos 16 pontos, cinco a mais do que o vice-líder Ituano -que joga nesta segunda (26). O resultado também acaba com a invencibilidade do Palmeiras nesta temporada. A equipe dirigida por Roger Machado havia vencido seis partidas e empatado duas neste ano. Em termos de classificação, a equipe alviverde continua com folga na liderança do Grupo C e na classificação geral, com 20 pontos. A derrota, no entanto, é a quarta consecutiva que o Palmeiras sofre para o maior rival. O time foi derrotado três vezes pelo Corinthians só na temporada passada, quando já contava com contratações milionárias e era favorito ao título de todos os torneios que disputou. A última vitória foi em 17 de setembro de 2016, em Itaquera. Também foi a primeira vez que o goleiro Jailson perdeu em 29 jogos. Ele foi expulso aos 14 minutos do segundo tempo, após cometer pênalti em Renê Júnior.   Na quinta (1º), o Palmeiras fará a estreia na Libertadores contra o Atlético Júnior, de Barranquilla, na Colômbia. SEM REFERÊNCIA A vitória foi resultado direto de uma aposta de Carille, que mexeu pela terceira vez neste ano no esquema tático do Corinthians. Depois de testar duas formações com um centroavante fixo, o treinador colocou Júnior Dutra na reserva e optou por enfrentar o Palmeiras sem um atacante de origem. Foi no 4-2-4 que o time iniciou a partida. A formação confundiu o Palmeiras no começo do jogo, mas também não trouxe resultados efetivos para o Corinthians. A linha de quatro jogadores ofensivos era formada por Clayson e Romero abertos nas laterais, enquanto Rodriguinho e Jadson atuavam centralizados. Nas chegadas ao ataque, o Corinthians sentia falta de uma referência que fizesse um pivô ou infiltrasse a área para completar cruzamentos. O Palmeiras se beneficiou da falta de ação corintiana e criou as melhores chances dos primeiros 30 minutos. Boa parte das jogadas ofensivas alviverdes surgiram de roubadas de bola, possibilitadas pela marcação alta que Roger Machado adotou no meio-campo. O time praticou dez desarmes na etapa inicial. A estratégia de Carille surtiu resultado quando o Palmeiras diminuiu o ritmo. Aos 39 minutos, a equipe segurou a bola no ataque e trocou passes até Rodriguinho receber próximo à entrada da área. O meia aplicou um drible que tirou Borja e Antônio Carlos do lance e saiu na frente de Jailson para marcar o gol alvinegro. Melhor no segundo tempo, o Corinthians pressionou o rival  até conseguir um pênalti. Aos 14 minutos, o árbitro Raphael Klaus viu falta de Jailson em Renê Júnior e expulsou o goleiro. Fernando Prass entrou no lugar de Lucas Lima para reassumir a meta alviverde. Jadson cobrou a penalidade, mas chutou torto e mandou para fora. Foi a segunda vez que o meia desperdiçou um pênalti no ano -também teve chute defendido contra a Ponte Preta. Imediatamente após o lance, houve um confronto localizado entre policiais militares e torcedores do Corinthians no setor norte do estádio. A partida foi realizada com torcida única por determinação do governo estadual. A ausência de um jogador no meio-campo matou o estilo de jogo do Palmeiras, fundamentado na troca de passes. A irritação com a arbitragem também ficou evidente entre os atletas alviverdes. O resultado foi um pênalti cometido por Dudu, aos 37 minutos. Clayson bateu no meio do gol e decretou a vitória corintiana. CORINTHIANS Cássio; Fagner, Balbuena, Henrique, Maycon; Gabriel, Renê Júnior, Jadson (Mateus Vital), Rodriguinho e Clayson (Júnior Dutra); Romero (Lucca). T.: Fábio Carille PALMEIRAS Jailson; Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins, Michel Bastos; Felipe Melo, Tchê Tchê (Keno), Lucas Lima (Fernando Prass); Willian (Gustavo Scarpa), Borja, Dudu. T.: Roger Machado Estádio: Arena Corinthians, em São Paulo Público: 42.178 pagantes (total: 42.448) Renda: R$ 2.476.111,10 Juiz: Raphael Claus Cartões amarelos: Fagner e Clayson (Corinthians); Lucas Lima e Dudu (Palmeiras) Cartão vermelho: Jailson (Palmeiras) Gols: Rodriguinho, aos 39 minutos do primeiro tempo, e Clayson, aos 38 minutos do segundo tempo