Assim como na bancada federal do Paraná, a janela para troca de partidos aberta nesta quinta-feira (8) também está movimentando os bastidores da Assembleia Legislativa. Estima-se que pelo menos uma dezena dos 54 deputados estaduais pode trocar de sigla até 6 de abril próximo, quando se fecha o período no qual a minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado permite aos parlamentares mudar de legenda sem o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. Entre as legendas ameaçadas de perder representantes no Parlamento estadual estão o PSDB do governador Beto Richa e o PMDB do senador Roberto Requião. E entre os que podem ser mais beneficiados nesse mercado está o PSD do deputado estadual e pré-candidato ao governo, Ratinho Júnior.

Entre os tucanos, estariam negociando com o PSD os deputados Mauro Moraes e Mara Lima. No PMDB, o deputado Ademir Bier também estaria interessado em trocar a legenda de Requião pela de Ratinho Jr.

Em 2014, o PMDB elegeu oito deputados. Em março de 2016, porém, quatro deles trocaram a legenda pelo PSB: Alexandre Curi, Luiz Claudio Romanelli, Artagão Júnior e Jonas Guimarães, inconformados com a postura de Requião – presidente estadual da sigla – que exigia que a bancada fizesse oposição ao governo Beto Richa. Suplente na época, o hoje deputado Reinhold Stephanes Júnior também fez o mesmo.

Atualmente, o PMDB tem quatro deputados na Casa: além de Bier, Anibelli Neto, Nereu Moura e Requião Filho. Como a sigla perdeu boa parte dos seus puxadores de voto, a previsão é de que não consiga eleger mais do que dois deputados em outubro. Esse seria um dos motivos que estaria levando Bier a deixar a legenda.

Eleito pelo PSC – na época partido de Ratinho Júnior – o deputado Ricardo Arruda, que é pastor que é pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus, pode trocar de partido pela terceira vez no mesmo mandato. Em 2016, ele migrou para o Democratas, e depois se filiou ao PEN. Agora, estaria negociando também com o PSD e o PSL – atual sigla do presidenciável e deputado federal Jair Bolsonaro (RJ). Outros dois nomes que estariam na mira da legenda de Ratinho Júnior são Jonas Guimarães (PSB) e Adelino Ribeiro (PSL).

Primeiro escalão
No PSB, Stephanes Júnior estaria sendo assediado pelo PSD de Ratinho Júnior e pelo PP da vice-governadora Cida Borghetti, que pode assumir o governo em abril, caso o governador Beto Richa renuncie ao cargo para disputar uma vaga no Senado. Principal fiador da pré-candidatura de Cida, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), marido da vice, estaria à frente da negociação. A proposta incluiria a possibilidade de Stephanes Júnior assumir um cargo de primeiro escalão em um eventual futuro governo da vice, que assumindo o comando do Palácio Iguaçu com a renúncia de Richa, concorreria à reeleição com o apoio da máquina estatal.

Reportagem publicada pelo Bem Paraná na última segunda-feira (5) mostrou que entre os 30 deputados da bancada federal do Estado, pelo menos sete admitem a intenção ou a possibilidade de trocar de legenda durante a janela.