Os motociclistas são as principais vítimas no trânsito de Curitiba. Dados do Programa Vida no Trânsito mostram que, até 2012, a maioria das mortes em acidentes de trânsito vitimavam pedestres. A partir de 2016, esse quadro mudou, e os motociclistas tomaram a primeira posição neste ranking trágico. Naquele anos foram 69 das 196 mortes — sete a mais que entre os pedestres, que caíram para a segunda posição.
Por causa destas estatísticas, algumas ações foram tomadas nesta semana. Ontem, a Escola Pública de Trânsito da Superintendência de Trânsito (Setran), realizou abordagens a motociclistas da Capital. Exigências como respeitar a velocidade e a sinalização, além de manter o veículo em ordem, estão entre as dicas que nunca é demais repetir, frisa a agente Cláudia Moreira, munida de fôlderes para ilustrar os argumentos. De 1,4 milhão de veículos rodando em Curitiba, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), 150 mil são motos.
Também ontem, em parceria com o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), foi iniciado um teste com bolsões para motos nos semáforos. Os bolsões, ou box, são áreas delimitadas nos cruzamentos e permitem que os veículos menores aguardem a abertura dos semáforos na frente de carros, ônibus e caminhões. A expectativa é que a medida, que já funciona em cidades como São Paulo, Brasília e Rio Branco, melhore a visibilidade e ajude na redução de acidentes.
A nova sinalização será utilizada em caráter provisório, para teste e monitoramento de eficiência por 60 dias. Se os resultados forem satisfatórios, os bolsões poderão ser instalados em outros locais da cidade.
Acidentes
Dados do Seguro DPVAT mostram que 65% das indenizações por morte no trânsito pagas no Brasil são para condutores ou passageiros de motos. O índice chega a 90% nos valores pagos por invalidez e 83% nas internações. As vítimas são, na absoluta maioria, homens em idade economicamente ativa: 52% tem entre 18 a 34 anos.
No Paraná, a frota de motocicletas representa apenas 20% do total de veículos em circulação. No entanto, as motos estão envolvidas em 33% dos acidentes registrados e os motociclistas são 38% dos feridos e 23% dos mortos no Estado. em 2017, foram 21 mil acidentes com motos no Paraná, com 16.874 vítimas.
Em Curitiba, são 150.826 motocicletas, motonetas e ciclomotores registrados, o equivalente a 10,76% da frota da Capital, que soma 1.401.710 veículos. No ano passado, foram 4 mil acidentes com motos e cerca de 2,6 mil vítimas.

Roupa
Feitas de tecido resistente (couro, jeans, lona), e que cubra todo o corpo. Calçados resistentes e, de preferência não tenha cadarços, que podem enroscar na corrente da moto. As roupas devem ter cores que facilitem a visualização ou então colete rretrorreflexivo. Luvas

Capacete
Só aqueles certificados pelo Inmetro. Devem estar presos com cinta jugular, sem folga. Viseira aberta até a altura de um dedo. Sem películo, seja escura ou espelhada. Aceita-se o degradê para uso diurno. Para a noite, apenas a transparente

Ocupantes
No máximo dois, sempre de capacete. O passageiro criança deve ter no mínimo sete anos e meio ou, a partir dessa idade, estatura que possibilite aos pés alcançar as pedaleiras

Velocidade
Sempre aquelas determinadas pelas placas de sinalização, e com a luz ligada permanentemente

Corredores
Muitos motociclistas usam as faixas para trafegar. É um local de risco para trafegar. O motociclistas pode ser atingido por uma porta de carro aberta ou atropelar um pedestre