A cada dia, 48 paranaenses. em média, são afastados de seus trabalhos por conta de acidentes e doenças do trabalho. É o que revela levantamento feito pelo Bem Paraná com base no Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Entre 2012 e 2017 foram registrados no Paraná 105.133 auxílios-doença por acidente do trabalho e doenças do trabalho, com um impacto previdenciário de R$ 917,7 milhões e a perda de 21.115.599 dias de trabalho. O número de pessoas que perderam suas vidas nesse tipo de ocorrência é de 1.286.

Nos últimos anos, contudo, tem caído o total de afastamentos registrados, tanto que em 2017 foram 14.039 ocorrências, número 11,9% menor que o registrado em 2016 (quando foram 15.938 afastamentos) e o menor índice para o período analisado. O número de mortes, porém, teve aumentando, passando de 184 em 2016 para 209 em 2017 (alta de 13,6%).

Considerando-se os setores econômicos com mais afastamentos, o destaque principal fica para atividades de atendimento hospitalar (18,4% do total), seguido por abate de suínos, aves e outros pequenos animais (12,3%), comércio varejista de mercadorias em geral (8,1%), transporte rodoviário de carga (6%) e construção de edifícios (5,6%).

Os benefícios pagos a quem está afastado por doença ou acidente de trabalho somaram R$ 73,2 milhões em 2017, contra R$ 125,5 milhões em 2016. Comparado a 2012, a diferença é ainda maior — naquele ano foram R$ 201,5 milhões.

Doenças ocupacionais 'encostaram' 22 mil profissionais no País
Os problemas de saúde ligados a LER/Dort (esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares) atingem várias categorias profissionais e são relacionadas, geralmente, com tarefas que exigem força ou ritmo de trabalho acelerados, somadas a posturas inadequadas e ao estresse. De acordo com dados do Ministério do Trabalho divulgados em junho de 2018, só no ano de 2017, as conhecidas LER/ DORT levaram à concessão de 22.029 benefícios acidentários a empregados afastados de seus cargos por mais de 15 dias.

Em 2017, dentre as 20 principais causas de afastamento de atividades profissionais por adoecimento no trabalho, quatro se enquadraram nessa denominação: lesões no ombro, sinovite (inflamação em uma articulação), tenossinovite (inflamação ou infecção na bainha que cobre o tendão) e mononeuropatias dos membros superiores (lesão no nervo periférico).

“Muitas vezes o prejuízo levado em consideração é o financeiro, entretanto, a ausência desses colaboradores pode impactar diretamente no desempenho das áreas, precisando ter, em alguns casos, uma mudança organizacional para evitar maiores problemas”, explica Yuri Fernandes, analista em segurança do trabalho da Bioqualynet Porto Seguro.