A derrota para a Cabofriense, na manhã desta sexta-feira, doeu em Abel Braga. O treinador do Vasco não contava com esse revés e, por causa dele, viu-se obrigado a admitir que a classificação para a semifinal da Taça Guanabara não é mais possível e que agora a prioridade de sua equipe é a Copa Sul-Americana.

Faltando duas rodadas para o fim da fase de classificação do primeiro turno do Campeonato Carioca, o Vasco só chegará à semifinal se obtiver duas vitórias e Madureira e Volta Redonda, times que estão à frente dos cruz-maltinos no Grupo B, não marcarem mais do que um ponto cada um.

“É praticamente impossível (ir à semifinal). Temos de torcer para os caras perderem duas… Vamos priorizar obviamente a Sul-Americana”, disse Abel, que contou ter sido duro com seus jogadores após a derrota em São Januário. “Aqui ninguém vai desistir. E não pense que não houve cobrança. E foi séria. Depois os jogadores falam que não têm chance. Esperávamos uma atuação melhor.”

Após a derrota, Abel confirmou que o Vasco vai disputar o clássico de domingo contra o Botafogo, no Engenhão, com uma equipe reserva – provavelmente a mesma que foi derrotada pelo Flamengo na segunda rodada do Carioca. A ideia do treinador é preservar seus atletas para a estreia na Sul-Americana, marcada para a próxima quarta-feira, em São Januário, contra o Oriente Petrolero, da Bolívia. O jogo de volta contra os bolivianos será no dia 19.

Como era esperado, a derrota irritou bastante os torcedores que estiveram em São Januário e as vaias ressoaram com força no estádio. Abel deu razão a quem vaiou sua equipe e reconheceu que o futebol mostrado pelo Vasco nas primeiras rodadas do Carioca não foi bom.

“Aqui é Vasco, um time gigante. Tem pressão. Eu entendo a torcida e também estou chateado com o que estamos produzindo”, disse o treinador. “A coisa não está fluindo. O negócio é que a gente não está conseguindo criar.”

Abel não usou como justificativas para o desempenho ruim desta sexta-feira o adiamento do jogo – que não foi disputado na quinta por causa da chuva – e o forte calor. Segundo o treinador, esses fatores atrapalharam o Vasco tanto quanto a Cabofriense. A perda de vários jogadores que eram titulares em 2019 é, para ele, o maior problema de sua equipe.

“O Vasco terminou o ano bem com o time titular, com empatia com a torcida, mas 40% dos titulares saíram. Tentamos não mudar muito, temos de jogar melhor. O torcedor está chateado com razão. Tem de fluir, vamos achar o time.”