Uma mulher de 40 anos foi presa em flagrante, ontem, em Laranjeiras do Sul, acusada de ter abortado e enterrado vivo seu filho recém-nascido. O bebê, que veio prematuro de oito meses, passou 24 horas num buraco de tatu, no meio de um matagal no Bairro São Miguel, na periferia da cidade, e só foi encontrado porque vizinhos desconfiaram quando viram, ainda na tarde de domingo, a mulher voltar para casa com as roupas sujas de sangue.
Ontem, eles sairam pelo mato procurando vestígios do que poderia ter ocorrido, encontraram a criança no buraco, a cerca de 100 metros da residência da mãe. Acharam que a criança estaria morta e acionaram a Polícia Militar pelo telefone 190.

Quando os policiais chegaram, a surpresa. O bebê começou a chorar. Os policias limparam o bebê, retiraram porções de terra da boca dela e a levaram ao hospital mais próximo.
“Jamais vi uma coisa dessas na minha carreira. É um milagre a criança estar viva”, confessou o segundo tenente Marcos César Paluch, que participou do socorro. A mãe, Lucinda Ferreira Guimarães, foi presa em flagrante quando estava em um bar no bairro. Ela foi levada em estado de choque para a delegacia de polícia da cidade, mas não disse porque enterrou seu recém-nascido. Ela já tem quatro filhos de outros dois casamentos. Este quinto filho seria de um terceiro relacionamento.
Quando foi encontrado, o bebê estava parcialmente coberto de terra e o rosto repleto de insetos. Ele foi levado para o Hospital São Lucas de Laranjeiras do Sul, e passa bem, mas deve ficar em observação pelos próximos dias. O Conselho Tutelar de Laranjeiras do Sul deve decidir sobre o futuro da criança. Lucinda deve ser indiciada por aborto e tentativa de homicídio.