SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um grupo de ativistas britânicos vem ocupando espaços públicos em Londres há mais de uma semana para pressionar as autoridades do país a adotar políticas mais robustas no combate às mudanças do clima.


Os manifestantes montaram acampamentos desde a segunda-feira passada (15) em diversos pontos turísticos da capital britânica, dentre os quais Parliament Square, Marble Arch e Oxford Circus. Alguns ativistas também paralisaram linhas de trem, colando-se aos vagões.


O protesto foi convocado pela organização Extinction Rebellion (rebelião contra a extinção, em português). Em seu website, o grupo pede que o governo britânico decrete uma “emergência climática e ecológica” e se comprometa a “zerar as emissões de carbono” nos próximos anos.


A polícia já prendeu mais de 1.000 ativistas no período, sob a justificativa de que o movimento causa transtornos para a população. Ainda assim, centenas de manifestantes seguem mobilizados, e a paralisação deve seguir até a próxima segunda-feira (29), pelo menos.


O governo da primeira-ministra Theresa May não deu sinais de que atenderá às demandas do grupo, ao mesmo tempo em que pede que os manifestantes voltem para casa.


“Algumas das atividades nas ruas têm impedido as pessoas de ir trabalhar … e se locomover em Londres da maneira correta”, disse na semana passada o secretário do Ambiente, Michael Gove. “Mas nós entendemos o recado e sabemos que ações precisam ser tomadas.”


O apelo das autoridades não comoveu os ativistas.


Nesta terça-feira (23), o grupo saiu em protesto pelas ruas da cidade, passando pelo Palácio de Buckingham, residência da rainha Elizabeth 2ª.


“Nós só queremos ser ouvidos … Nós nos esforçamos bastante nas ocupações e ações, agora nós apenas precisamos de algum tipo de resposta do governo”, disse ao jornal The Guardian uma manifestante identificada como Amber, de 23 anos.


“Eles estavam de folga [por causa do feriado da Páscoa], então quem sabe –eles podem voltar e querer reagir do jeito certo, mas eu não estou esperançosa.”


MOVIMENTO AMPLO


Os protestos do Extinction Rebellion se somam a outras iniciativas da sociedade civil pelo clima. Nos últimos meses, estudantes britânicos chamaram atenção ao faltar às aulas às sextas-feiras em protesto pela preservação do ambiente –o movimento, registrado também em outros países, foi inspirado pela estudante sueca Greta Thunberg, de 16 anos.


Um relatório da ONU de outubro destacou que a humanidade tem até 2030 para evitar mudanças irreversíveis no clima. Os principais efeitos de uma catástrofe climática incluiriam secas e ondas de calor recordes, bem como o derretimento acelerados das calotas polares e a elevação dos níveis dos oceanos.