As oscilações de humor são consideradas normais nos seres humanos, um dia, sem nenhuma razão acordamos dispostos, cheios de planos e com vontade de estudarmos, trabalhar, de estar com as pessoas queridas; noutro, também sem nenhuma razão, acordamos melancólicos, sem vontade de sair da cama, querendo ficar quietos e sozinhos. Desde que não intensas tais oscilações não representam doença.O diagnóstico de depressão é dado quando a oscilação no sentido da melancolia se torna mais constante ou profundo.Devemos ter em conta que depressão não é um sintoma, depressão é um diagnóstico médico.
Os sintomas vivenciados pelas pessoas diagnosticadas com depressão podem ser de tristeza, apatia, falta de ânimo para a realização das atividades diárias, sono não reparador ou dificuldade para começar a dormir, despertara muito cedo e ficar pensando com pesar no que se tem para fazer, vontade de ficar quieto e isolado, impaciência, irritabilidade, sensação de que se está doente mas sem entender o que está de fato acontecendo, medo de morrer, medo de perder o patrimônio ou a segurança, dentre outros.
Atualmente dividimos a depressão em episódios depressivos, quando os sintomas acima são pontuais e relacionados com perdas: de trabalho, de casamento, de um ente próximo, de uma expectativa não realizada. E em transtornos depressivos, quando os episódios se tornam recorrentes e as causas desencadeantes não são bem estabelecidas.
Segundo dados recentes da OMS, o Brasil tem o maior número de pessoas sofrendo de depressão na América Latina, junto com a Ucrânia, Austrália e Estados Unidos apresenta a maior taxa de depressão na população mundial – 5,9% ou cerca de 11,5 milhões de pessoas.
O tratamento convencional para depressão está baseado na associação de antidepressivos e ansiolíticos e nos caso mais severos antidepressivos, estabilizantes do humor e ansiolíticos. Em termos farmacológicos os antidepressivos atuam na serotonina, um neurotransmissor, estimulando sua produção ou inibindo sua recaptação na sinapse.
Estudos recentes em relação ao mecanismo de ação da acupuntura demonstram que os locais onde são inseridas as agulhas – pontos de acupuntura – são ricos em terminações nervosas e células do sistema imune. A estimulação desses locais pela inserção da agulha, via mecanismo bioquímico e nervoso aumenta a secreção de neurotransmissores a exemplo das endorfinas e da serotonina, da noradrenalina e da dopamina. Desse modo a acupuntura se configura como um meio fisiológico de se estimular a liberação dessas substância sem a presença dos sintomas coletarias atribuídos aos antidepressivos, tais como sonolência, diminuição da atenção, etc.
Os antidepressivos demoram de 10 a 15 dias para atuarem no organismo, a associação desses com a estimulação pela acupuntura, em minha experiência pessoal, diminui o tempo necessário para a ação promovendo uma melhora mais precoce do humor.
Na clínica privada, nos ambulatoriais públicos – SUS, ou em ambulatórios onde são ministrados cursos de especialização em Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, os resultados trem sido bastante promissores tanto como método exclusivo, nos episódios depressivos leves, como em associação com os medicamentos psiquiátricos específicos, nos casos de transtornos mais severos acompanhados ou não de sintomas psicóticos.
Importante lembrar que o diagnóstico e tratamento pela Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura deve sempre ser realizado por médico, somente esse profissional esta capacitado a elaborar diagnósticos com bases nas duas medicinas, na Tradicional Chinesa e na Ocidental Moderna.

Luiz Sampaio é médico acupunturiatra, psiquiatra e membro do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA)