Câmara Municipal de Foz do Iguaçu

A professora Monique Medeiros da Costa e Silva trocou, na tarde desta segunda (12) o advogado André França Barreto, que a defendia e ao namorado, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), no inquérito que apura a morte do menino Henry Borel Medeiros, 4 anos. Além dos advogados Thiago Minagé, Hugo Novais, Lucas Antunes, a nova equipe de defesa da mãe de Henry conta ainda com a advogada criminalista curitibana Thaise Assad. Os novos advogados entregaram na 16ª DP (Barra da Tijuca) uma procuração assinada por Monique dando poderes a seus novos representantes. Agora, Monique e Jairinho terão defesas separadas.

“Assumimos a defesa da Sra. Monique Medeiros e agora o momento é de estudo e análise do conteúdo do inquérito policial. Como novos defensores, possuímos apenas uma estratégia: atuar com a verdade. Trabalharemos com os fatos conforme ocorreram e dentro dos princípios reitores do nosso ordenamento jurídico”, diz nota assinada pela nova equipe de defesa. O criminalista Minagé, presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminais (Abracrim), é conhecido por ter assumido no começo de 2020 a defesa de Eduardo Cunha.

Nos próximos dias, os novos advogados devem vistar Monique, que ocupa uma cela, desde a última quinta-feira, do Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na manhã desta segunda (12), Monique chegou a ser levada para o Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho de Castro, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da capital, depois de ser diagnosticada com uma infecção urinária.

Thaise Assad é advogada Criminalista sócia do Escritório Elias Mattar Assad – Advogados Associados, mestre em Ciências Criminais pela PUC/RS.

Pedido de liberdade negado

A Justiça do Rio negou nesta segunda (12) o pedido de liberdade apresentado na semana passada pela defesa do vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) e da namorada dele, Monique Medeiros, mãe do menino Henry. O casal está em prisão temporária – por 30 dias – acusado de matar a criança de 4 anos. Para o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, não há sentido no habeas corpus, que pedia a adoção de outras medidas cautelares em vez da prisão. A detenção temporária é aplicada “quando imprescindível para as investigações do inquérito policial”, conforme artigo citado pelo magistrado na decisão. “Ora, se ela decorre de imprescindibilidade, é um contrassenso sequer cogitar a substituição por medidas cautelares diversas, que somente se aplicam em caso de prisão preventiva – instituto totalmente diverso e com fundamentos outros”, apontou o desembargador.

Como está a investigação

O casal foi preso na última quinta-feira, e a investigação caminha para um desfecho – esperado até, no máximo, o início da semana que vem. Essencial para as apurações, o laudo de reprodução simulada mostrou que Henry sofreu 23 lesões na madrugada da morte. Os ferimentos externos e internos no corpo do menino são incompatíveis com a versão de “acidente” dada pelo casal, segundo os investigadores. Esse documento afirma que as lesões foram cometidas entre 23h30 do dia 7 e 3h30 do dia 8, momento em que o casal diz ter encontrado o menino morto. Jairinho e a mãe de Henry teriam esperado 39 minutos antes de tomar a atitude de levá-lo ao hospital. Isso porque a investigação também obteve uma foto que mostra Monique com o filho no colo – já morto – às 4h09 daquela madrugada. Jairinho estava com ela.