Reprodução / TJ-PR

Vídeos das audiências de custódia dos 15 presos na Operação Rádio Patrulha, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga fraude em licitações do Programa Patrulha do Campo, foram divulgados nesta segunda-feira (24). Em 11 de setembro, data da prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB) na operação, um dos advogados do tucano pediu ao juiz Rubens dos Santos Junior, de execução penal, que Richa fosse transferido para qualquer outro lugar mais seguro. A preocupação do advogado manifestada na audiência  era relacionada a rebeliões e "problemas em presídios" do Estado.

"Faço requerimento de revogação dessa prisão temporária e caso se de entendimento de vossa excelência, subsidiariamente (a prisão) seja substituída por outra cautelar, proibição de se ausentar da comarca, qualquer outra cautelar. Ou, em último caso, que ele seja mantido em prisão domiciliar nesses próximos cinco dias. Vou requerer também, caso continue esse abuso, que ele seja colocado em custódia no mínimo na Polícia Federal longe dessas rebeliões que estão acontecendo, longe desses problemas em presídios que estão acontecendo atualmente", apelou o advogado. 

O ex-governador, a esposa Fernanda Richa e o irmão Pepe Richa foram transferidos no mesmo dia para o Regimento de Polícia Montada, no Bairro Tarumã, em Curitiba. A ordem foi do desembargador Laertes Ferreira Gomes, do Tribunal de Justiça do Paraná. 

Depoimentos

Em seu depoimento, que durou cerca de 3 minutos, Richa revelou que já havia se colocado à disposição do Ministério Público do Paraná (MP-PR), quando ainda era governador, para prestar esclarecimentos investigações relacionadas a outra operação. Tanto Richa quanto o advogado reforçaram que nunca se negaram a prestar esclarecimentos.

O tucano foi preso em casa, no bairro Mossuguê, em Curitiba, por volta das 6h20 do dia 11 de setembro, junto com Fernanda. Ambos disseram nas audiências que não houve irregularidades no procedimento policial. “Por várias vezes, eu questionei porque eu estava sendo presa, né? (…) Toda vez me fiz presente. Nunca me ausentei de nada”, disse Fernanda Richa.

O irmão de Beto Richa, ex-secretário de Infraestrutura Pepe Richa, assim como o ex-secretário de Cerimonial Ezequias Moreira e o ex-chefe de Gabinete de Richa, Deonilson Roldo, também estavam entre os presos e passaram pelo mesmo procedimento. A audiência de Deonilson foi na Polícia Federal, onde ele está detido até hoje, em razão da Operação Piloto, 53ª fase da Lava Jato, deflagrada no mesmo dia.  

Com excessão dos detidos na operação da PF, todos os detidos pelo Gaeco foram liberados por decisão do dia 14 de setembro do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Veja os depoimentos: