BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O integrante mais velho do Senado, José Maranhão (MDB-PB), disse que o colega Davi Alcolumbre (DEM-AP) não poderia ter levado ao plenário a discussão sobre o voto aberto na eleição para a presidência da Casa.


Maranhão pode assumir o comando da sessão deste sábado (2), quando a disputa for retomada. Ele declarou à Folha que vai consultar os líderes partidários para decidir se vai manter ou anular a decisão que derrubou o voto secreto.


“Ele [Alcolumbre] não poderia resolver uma questão dessa natureza, fundamental, numa questão de ordem. Você não pode reformar o regimento numa questão de ordem”, disse.


Alcolumbre é candidato à presidência do Senado, mas também presidiu a sessão preparatória da disputa. Ele indicou que só passaria o posto a Maranhão se o senador paraibano se comprometesse a não anular a decisão.


Maranhão, no entanto, se recusou a assumir esse compromisso. “Ele estava dizendo o que eu devia fazer. Se eu fosse fazer o que ele recomendasse, ia criar uma crise maior do que a dele”, disse.


O parlamentar afirmou que ainda vai analisar se a decisão de abrir os votos da eleição é válida. “Isso é uma coisa pra estudar ainda. Qualquer solução só tem viabilidade se tiver a participação das lideranças”, declarou.


O senador paraibano criticou ainda a decisão de Alcolumbre de demitir o secretário-geral Fernando Bandeira de Mello, que editou um roteiro de votação alinhado aos interesses de seu adversário na eleição, Renan Calheiros (MDB-AL).


“O poder do presidente e restrito aos atos formais do ritual da posse e da própria eleição. Ele começou demitindo um funcionário de alto gabarito”, disse Maranhão.