Divulgação – Fafen: petroleiros voltaram ao trabalho após 20 dias de greve

A Assembleia Legislativa discute, na próxima segunda-feira, o risco de fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), da Petrobras, em Araucária (região metropolitana de Curitiba), e a possível privatização das unidades da companhia no Estado. Durante a sessão do plenário, o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Parana e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) Mário Dal Zot, apresentará aos deputados um estudo sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais do eventual fim das atividades da unidade.

Na última sexta-feira, os pretroleiros voltaram ao trabalho após 20 dias de greve contra o fechamento da Fafen e a privatização de outras operações da Petrobras. Após acordo mediado pela Justiça do Trabalho, os pretroleiros conseguiram a suspensão das demissões na fábrica, revertendo também as que já haviam sido aplicadas contra 144 trabalhadores. Novas negociações seguem em curso no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A unidade tem aproximadamente mil trabalhadores, sendo 396 funcionários diretos.

O acordo prevê compensação de metade dos dias parados, no banco de horas, e desconto da outra metade. Ainda segundo o TST, os valores de descontos de salários que a empresa realizou durante a greve, serão devolvidos em folha suplementar, em 6 de março.

Negociação – Uma das propostas do movimento sindical petroleiro é a transferência ou cessão dos trabalhadores da Fafen para outras unidades da Petrobrás. “Nada justifica as demissões de empregados de uma empresa 100% Petrobrás quando a falta de efetivo, muitas vezes denunciada pela FUP nas reuniões das comissões, tem colocado vidas em risco nas unidades operacionais diariamente”, argumentam os sindicalistas.

“Sempre nos dispusemos a negociar, mas, infelizmente, a Petrobras não teve a mesma atitude. Garantimos que nossa greve não iria prejudicar o abastecimento à população e cumprimos o que prometemos. O que nosso movimento mostrou é que queremos sempre o diálogo e a negociação, mas que se houver descumprimentos aos acordos coletivos, podemos nos mobilizar novamente”, afirmou o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

A Petrobras alega que somente de janeiro a setembro do ano passado, o prejuízo da fábrica teria sido de quase R$ 250 milhões. As previsões apontariam para um resultado negativo superior a R$ 400 milhões em 2019.