Geraldo Bubniak

Político mais rico entre os candidatos à presidência da República, o ex-banqueiro e candidato do Partido Novo ao Palácio do Planalto, João Amoêdo, disse nesta terça-feira, 14, em Curitiba que deve doar do próprio bolso entre 15% e 20% do valor arrecadado pelo partido para a campanha presidencial.

Amoêdo declarou no ato do registro da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral ter um patrimônio de R$ 425 milhões.  Em tese, o patrimônio de Amoêdo permitiria que ele bancasse por inteiro a própria campanha, já que o limite de gastos previsto em lei para o primeiro turno da campanha presidencial é de R$ 70 milhões por candidato.

Apesar disso, o candidato milionário disse que não pretende disponibilizar mais do que 20% do total que o partido arrecadar. A legenda trabalha com a meta de gastar no máximo R$ 7 milhões, ou 10% do teto permitido por lei.

João Amoêdo participa nesta terça de evento em Curitiba, às 20 horas, no Teatro Positivo. Ele afirmou em coletiva de imprensa durante a manhã que pretende devolver os recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral, por ser contra o uso do dinheiro público em campanha. Ele também é contra a volta da doação empresarial. Para Amoedo, as campanhas deveriam ser financiadas integralmente com dinheiro de doações de pessoas físicas.

A maior parte do patrimônio do candidato do Novo está distribuída entre aplicações de renda fixa, são R$ 217 milhões. Para Amoedo, que com isso acaba sendo mais bem remunerado com juros altos, a atual política de juros no país está correta.

Outra parte do patrimônio de Amoêdo está na participação em empresas, R$ 108 milhões, e investimento em fundos, R$ 55 milhões. O restante inclui imóveis e veículos, além de R$ 1 milhão e 100 mil na categoria destinada a joias e obras de arte. Questionado sobre a distância da própria realidade com a realidade da maior parte do eleitorado que vive na pobreza, Amoedo disse que as pessoas irão considerar que ele abriu mão de outras possibilidades por um “dever cívico”. 

O partido Novo abriu mão de lançar candidatos a governos de alguns estados, assembleias legislativas e Senado. A legenda aposta na eleição de uma bancada representativa na Câmara Federal, e expõe a estratégia de superar a cláusula de desempenho. Com isso, além de poder de negociação na Câmara, o partido poderia se credenciar para receber maior fatia do fundo partidário, ter maior tempo de TV e rádio no programa eleitoral, e participação obrigatória em debates nas próximas eleições. Amoedo cobra das emissoras um convite para que possa participar de debates, já que sem representação do partido na Câmara elas não tem obrigação de convidá-lo.

Aos 55 anos, Amoêdo disputa a primeira eleição e é o primeiro candidato presidencial do Novo. Engenheiro nascido no Rio de Janeiro, ele fez carreira como executivo do mercado financeiro e da construção civil. Nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope, feitas em junho, Amoêdo foi mencionado por entrevistados, mas não chegou a 1% das intenções de voto.