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No Paraná, praticamente uma em cada cinco pessoas com 18 anos ou mais de idade sofreu algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual ao longo de um ano. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,6% dos paranaenses — o equivalente a 1,634 milhão de pessoas — relatou ter sofrido algum tipo de agressão nos 12 meses anteriores à entrevista. Além disso, 9% dessas pessoas (cerca de 146 mil indivíduos) deixaram de realizar atividades habituais em decorrência da violência sofrida.

A PNS estimou ainda que 17,6% da população (ou 1,546 milhão de pessoas) sofreram violência psicológica, 4,4% (391 mil) sofreram violência física e 0,5% (36 mil) sofreram violência sexual. Importante notar, ainda, que a maior parte dos autores desses três tipos de violência são pessoas conhecidas das vítimas, e que essas, em sua maioria, eram mulheres.

Chama a atenção, também, o fato de a violência ser mais prevalente entre os paranaenses do que entre os brasileiros como um todo. Prova disso é que, no país, a PNS estimou que cerca de 18,3% (ou 29,1 milhões) das pessoas de 18 anos ou mais de idade sofreram algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual nos 12 meses anteriores à pesquisa. A violência psicológica, que atingiu 17,4% da população, é a mais comum, seguida pela violência física (4,1%) e pela violência sexual (0,8%).

Entre todas as unidades da federação, o Sergipe apresenta a maior proporção de pessoas vitimadas por algum tipo de agressão, com 24,9%. Em seguida aparecem ainda Roraima (22,3%), a Bahia (21,8%), o Mato Grosso do Sul (20,6%) e São Paulo (19,8%). O Paraná, por sua vez, está na 10ª posição, num ranking cujos menores porcentuais foram verificados no Acre (12,4%), em Santa Catarina (13,3%), no Mato Grosso (14,8%), em Rondônia (15,5%) e no Rio de Janeiro (15,6%).

Abuso

Uma em cada dez mulheres já foi violentada sexualmente

Sem considerar o intervalo de 12 meses, temos um cenário no qual 6% dos paranaenses com mais de 18 anos (524 mil pessoas) já foi vítima de algum tipo de violência sexual alguma vez na vida, porcentual que novamente fica acima da média nacional, de 5,9%.

Entre os homens, o porcentual de violentados sexualmente no Paraná é relativamente baixo (1,7%). Entre as mulheres, porém, chega a 9,8%, o que significa que uma em cada dez paranaenses já foi violentada. No Brasil, essa proporção entre elas é de 8,9% e, entre eles, de 2,5%.

Quando verificada a faixa etária da vítima, tem-se um cenário em que 7,2% eram jovens, com idade entre 18 e 29 anos; 8,1% com 30 a 39 anos; 6,2% com 40 a 59 anos; e 2,1% já estavam na terceira idade (tinham 60 anos ou mais).

5,4% da população adulta ainda é virgem

Além de dados sobre violência, a Pesquisa Nacional de Saúde também trouxe informações relativas à saúde das pessoas, inclusive à vida sexual delas. E no Paraná, um dado curioso é que a proporção de virgens é menor do que em relação ao restante do país. No Brasil, 93,9% da população com mais de 18 anos já manteve relações sexuais alguma vez na vida. No Paraná, esse porcentual chega a 94,6% -o que significa que cinco em cada 100 paranaenses ainda são virgens, basicamente.

Apesar disso, a idade média de iniciação da atividade sexual acontece um pouco mais tarde no Paraná, em média quando a pessoa já tem 17,5 anos de idade. No Brasil, isso acontece quando a pessoa tem 17,3 anos, mas há estamos em que essa iniciação sexual acontece bem mais cedo, como é o caso do Amapá: 15,9 anos.

Quase 4 horas por semana indo e voltando do trabalho

No que diz respeito ao trabalho, em 2019, 87,8% dos paranaenses com 15 anos ou mais de idade, ocupados na semana de referência, se deslocavam de casa para o trabalho. Isso é o equivalente a um contingente de 4,89 milhões de trabalhadores se deslocando todos os dias.

O tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho dessas pessoas ocupadas (somando-se os trajetos de ida e volta) era de 3,8 horas semanais, consideravelmente abaixo da média nacional, de 4,8 horas.

A desigualdade racial, porém, também se faz presente aqui. Entre a população branca do Paraná, por exemplo, o tempo médio gasto com o deslocamento para o trabalho é de 3,7 horas semanais. Entre a população preta, porém, chega a 5,4 horas.