O vice-presidente do São Paulo, Roberto Natel, protocolou requerimento na presidência do clube para pedir acesso aos documentos da perícia que indicou o seu nome como suspeito de vazar arquivos para um hacker que fez chantagem para receber R$ 1 milhão. Em contato com o Estado, Natel negou envolvimento no caso e disse estar sendo vítima de uma “pura armação”. Ele está rachado com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, desde 2018.

Natel enviou o pedido a Leco e copiou o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Marcelo Abranches Pupo Barboza. O vice diz que tem o “intuito de esclarecer o assunto e colaborar com eventuais investigações particulares ou não, bem como se proteger e proteger sua família de futuras violações aos e-mails e computadores”.

O vice foi apontado como suspeito após uma “armadilha” da diretoria do São Paulo, que registrou em cartório a apuração sobre o vazamento dos documentos. O clube adulterou palavras nos arquivos enviados a dirigentes e conselheiros. A versão que Natel recebeu foi a mesma recebida pelo hacker em novembro, com erro de acentuação na palavra “prêmio”.

A tentativa de extorsão aconteceu em novembro do ano passado. Conselheiros do São Paulo receberam três e-mails de uma pessoa anônima que ameaçava divulgar documentos confidenciais se não recebesse R$ 1 milhão até um domingo daquele mês. O clube acionou a Polícia Civil para investigar o caso e instaurou uma apuração, com ajuda de especialistas na área, registrada em cartório.

A pessoa que enviou o e-mail se identifica como Edward Lorenz, meteorologista norte-americano que descobriu a Teoria do Caos e morreu em 2008. As mensagens foram disparadas para o mailing do Conselho Deliberativo do São Paulo.