SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois meses após ser derrotado na eleição para governador em São Paulo, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do MDB, fez uma homenagem nesta quinta-feira (6) ao presidente Michel Temer, de quem se manteve distante na campanha.

Temer recebeu do correligionário uma medalha da Ordem do Mérito Industrial de São Paulo e teve seu governo muito elogiado em discurso de Skaf no evento.

O presidente da Fiesp agradeceu ao mandatário por medidas de seu governo, como a aprovação do teto de gastos e a reforma trabalhista, e destacou indicadores de redução de juros e da inflação. “Com o tempo, haverá o reconhecimento”, disse.

Temer brincou em seu discurso com a situação: “Convido o Paulo para me acompanhar em todos os lugares e ter a primeira palavra. Porque ele faz um relato estupendo [do governo], melhor do que eu. Ao falar, ele dá uma ênfase, um entusiasmo, uma animação nas suas palavras, que eu não sei se consigo dá-las.”

Skaf foi atacado pela ligação com Temer na campanha eleitoral e chegou a declarar que seria bom que Jair Bolsonaro (PSL) vencesse a eleição presidencial em primeiro turno para evitar a volta do PT. O MDB concorria no plano nacional com o candidato Henrique Meirelles.

Em seu discurso, Temer citou pontos que considera realizações de sua gestão, como a recuperação de estatais e o reaquecimento da economia, e disse que seu governo é reformista.

Ele lembrou ainda que seus ministros estão sendo escalados para outros cargos públicos para o próximo ano -o eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), já anunciou como secretários estaduais cinco dos atuais ministros do emedebista.

Disse que não buscou popularidade em seu mandato e que seu “café não está frio” -expressão usada para definir os governantes prestes a deixar o cargo.

“O populismo é algo que você faz hoje para ser vaiado amanhã. A popularidade é algo que você faz hoje, tem objeções, observações, mas é aplaudido amanhã. E o meu amanhã está chegando”, disse.