SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Grupo dos Países Latinoamericanos e Caribe (Grulac) comunicou nesta sexta (14) à ONU a indicação do Chile para sediar a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP-25, que deve ocorrer no final de 2019.

A candidatura chilena substitui a brasileira –que já havia sido confirmada pelo Grulac em outubro, mas foi cancelada pelo Itamaraty no final de novembro. A desistência ocorreu após conversas com Bolsonaro e seu chanceler, Ernesto Araújo, que indicaram indisposição para receber a conferência.

Ao longo da COP-24 –que termina nesta sexta-feira (14) em Katowice, na Polônia– o Chile concorreu com a Costa Rica, que era forte candidata a presidir a próxima COP, mas alegou dificuldades de infraestrutura para receber o público de 20 a 30 mil pessoas que atende as conferências climáticas.

O Chile, por outro lado, chegou a enfrentar resistência da Venezuela –que também havia vetado a candidatura brasileira. A posição do governo de Maduro responde à falta de apoio dos vizinhos para o enfrentamento da crise venezuelana. No entanto, o país foi vencido nas negociações do Grulac.

Chile e Costa Rica trabalharam juntos para garantir que a próxima COP acontecesse na América Latina. Caso o Grulac não decidisse por um país da região, a conferência voltaria à sede da agência da mudanças climáticas da ONU, em Bonn, na Alemanha. A decisão final do Grulac comunica que o Chile sediará a COP-25, enquanto a Costa Rica sediará o evento preparatório da conferência, em maio.

O Chile também foi confirmado como destino da primeira viagem presidencial de Bolsonaro, que deve visitar o país no começo de 2019. Em pronunciamento à imprensa em outubro, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o Chile é referência para a América Latina em renda, educação, tecnologia e comércio exterior.

Inconformados com a desistência do Brasil de sediar a próxima conferência climática, cerca de 20 jovens brasileiros que participam da COP-24 estão se mobilizando para organizar uma “COP Jovem” no Brasil no próximo ano, liderados pelas organizações Youth Climate Leaders e SDSN Youth Amazônia.