SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os moradores da Flórida começaram a retornar nesta terça-feira (12) para as suas casas após a passagem do furacão Irma, que foi rebaixado para depressão tropical, e encontraram um cenário de destruição. Segundo a Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos, um quarto das construções no arquipélago das ilhas Keys foi destruído pela tempestade. O local foi um dos mais atingidos pelo furacão. Além disso, até 6,1 milhões de casas estão sem luz no Estado, o que equivale a 12,5 milhões de pessoas -cerca de 60% dos 20 milhões de moradores da Flórida. O cenário é ainda pior devido às altas temperaturas do fim do verão na região, com média acima dos 30° C. “Energia, energia, energia”, disse o governador do Estado, Rick Scott, sobre a prioridade no momento. “A melhor coisa que podemos fazer para ajudar as pessoas é trazer a energia delas de volta”, disse ele. A expectativa é que a energia seja parcialmente restabelecida até o fim desta semana. Regiões mais afastadas, porém, terão que esperar até dez dias para ter luz novamente. Com a volta da população à região atingida, a expectativa é que o número de mortos suba nos próximos dias. Pelo menos 45 pessoas morreram em decorrência da tempestade, 13 delas nos Estados Unidos e o restante em diferentes ilhas no Caribe. A comissária do condado de Monroe, na Flórida, Heather Carruthers, disse que o número de mortos deve aumentar. “Estamos encontrando alguns restos mortais”, disse ela à rede CNN. Autoridades pedem para que a população tome cuidado com fios elétricos derrubados, esgoto sem tratamento e também com animais deslocados pela chuva, como serpentes e jacarés. Segundo os meteorologistas, o centro do Irma continuará se movendo em direção ao Estado vizinho do Alabama, no oeste. Com isso, aeroportos na Flórida fechados pela tempestade reabriram parcialmente para o tráfego aéreo nesta terça-feira em cidades como Orlando, Fort Lauderdale e Miami. CARIBE Já na região afetada pelo Irma no Caribe, os maiores problemas são a falta de água e comida e o aumento da violência. Somente na parte holandesa da ilha de Saint Martin, cerca de 5.000 pessoas estão sem alojamento por causa dos danos causados em 40% das construções. “É triste quando você volta para casa e encontra isso”, disse Dominga Tejera, se referindo a uma cama improvisada em uma poltrona de plástico e ao telhado de sua casa, que foi arrancado pela tempestade. “Você tenta se manter forte em público, mas por dentro, você quebra.” O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou nesta terça os territórios do país afetados pela tempestade, como as ilhas de Guadalupe, Saint Martin e Saint Barts. “Retornar à vida normal é a nossa principal prioridade”, disse Macron. “Este é um momento de unidade nacional”, afirmou. Além dele, o rei da Holanda, Willem-Alexander, também esteve na região nesta terça. Moradores reclamam que os governos de França, Holanda e Reino Unido (que também tem territórios no Caribe) demoraram para enviar socorro e não reforçaram a segurança após a passagem do furacão -a região enfrenta uma onda de saques. “Ficamos quatro, cinco dias sem ajuda. Tivemos que nos defender de pessoas armadas”, disse Fabrice, dono de um restaurante em Saint Martin. “A gestão do Estado francês? Sinto muito, foi zero.”