Reprodução/Facebook – Alex e Luisa Canziani no PSD

A deputada federal Luisa Canziani e seu pai, o ex-deputado federal Alex Canziani, anunciaram nesta segunda-feira (30) que estão de saída do PTB para se filiarem ao PSD – partido do governador Ratinho Júnior. Os dois iniciam uma debandada da antiga sigla getulista que deve esvaziar o partido no Paraná, em razão das posições radicais do presidente nacional da sigla, ex-deputado Roberto Jefferson, preso acusado de comandar uma “milícia digital” em defesa do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso.

Em julho, a deputada entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido para deixar o partido após ataques de Roberto Jefferson. Ela alegou afirma sofrer perseguição e discriminação pessoal e afirma que a guinada ideológica do partido permite que ela se desfilie sem perder o mandato.

Na ação, a deputada menciona que a postura “extravagante” de Jefferson levou a uma debandada de lideranças do PTB em todo o País – inclusive seu pai, Alex Canziani, atualmente secretário de governo da prefeitura de Londrina (região Norte). Deputado pelo partido de 1999 a 2018, ele deixou a presidência estadual do partido após intervenção de Jefferson.

“O PTB mudou de símbolo, de estatuto e de slogan. Passou a radicalizar posições políticas e ideológicas. Expurgou de seus quadros lideranças históricas, interveio em diretórios, nomeou novas lideranças – algumas recém-filiadas, como no caso paranaense”, diz a ação.

O presidente do PTB anunciou a expulsão de Luisa Canziani em suas redes sociais após acusá-la de gravar uma reunião no Ministério da Educação – o que não ocorreu. Ela também se tornou alvo de ataques do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) devido a divergências no relatório do projeto de lei do homeschooling, que regulamenta o ensino domiciliar.

De saída

Outros políticos que estão de saída do PTB são o líder do prefeito Rafael Greca na Câmara Municipal de Curitiba, vereador Pier Petruzziello e o deputado estadual Tião Medeiros. Em maio, ele obteve o aval do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR) para deixar a legenda Petruzziello também alega estar sendo alvo de perseguição por parte de Roberto Jefferson (PTB). O dirigente– que aderiu ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), crítico do isolamento social – ameaçou expulsar o vereador da sigla pelo apoio dele às medidas restritivas tomadas pela prefeitura da Capital para conter a disseminação do coronavírus na cidade. Petruzziello ainda não definiu para qual partido vai, mas afirma ter convites do Democratas de Greca, do PP do deputado federal Ricardo Barros, e do PSD de Ratinho Júnior.