Nani Gois/Alep – “Alep: novo sistema de votau00e7u00e3o de R$ 1

A Assembleia Legislativa retoma hoje as sessões após o recesso parlamentar de julho, mas o ritmo de trabalho deve ser reduzido por causa do período eleitoral, em que a maioria dos deputados vão buscar novo mandato. O presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), já avisou que as sessões das quartas-feiras, que normalmente acontecem à tarde, devem ser antecipadas para o período da manhã, para liberar os parlamentares mais cedo para a campanha. 
Além disso, a tendência é que até outubro, quando acontece a eleição, os parlamentares não votem nenhum projeto mais polêmico ou relevante. Tanto que os trabalhos do primeiro semestre foram encerrados antecipadamente, em 11 de julho, sem que os parlamentares votassem o reajuste salarial dos servidores públicos do Executivo, que dominou os debates no mês que antecede o recesso, e ficou para depois da eleição, por decisão do governo, como forma de evitar maior desgaste dos parlamentares com o funcionalismo. 
Na época, o governo ofereceu reajuste de apenas 1%, alegando estar no limite dos gastos com pessoal, enquanto os servidores – que estão com os salários congelados há dois anos – cobravam a reposição da inflação dos últimos doze meses, de 2,76%. Os parlamentares chegaram a aprovar o reajuste integral para os servidores dos demais poderes – Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas, Ministério Público e Defensoria – mas a proposta foi vetada pela governadora e pré-candidata à reeleição, Cida Borghetti (PP). A votação do veto também deve ficar para depois da eleição. 
Sistema de votação – A novidade neste início de segundo semestre será a estreia do novo sistema de votações e registro de presença dos parlamentares, instalado no Plenário, a um custo de cerca de R$ 1,2 milhões. Ele inclui monitores com touch scream (toque na tela), pelo qual os deputados poderão acessar a íntegra dos projetos de lei em pauta. 
Em julho de 2016, a Assembleia chegou a publicar um edital que previa o investimento de até R$ 2,3 milhões na compra de um novo painel eletrônico e sistema de votação do plenário, com terminais individuais para os deputados. Após a divulgação da licitação, porém, ela foi cancelada sob a alegação da necessidade de “ajustes técnicos”. A partir daí, a Casa passou a fracionar o investimento, dividindo em vários editais.
Em julho do ano passado, foi adquirido o novo painel, por R$ 634 mil, com monitores videowall – semelhantes aos telões utilizados em shows e grandes eventos. Em março do mesmo ano, foram gastos outros R$ 246 mil com o novo sistema de cabeamento de rede. No caso dos equipamentos que vão entrar em funcionamento agora, que incluem além dos monitores, sistema de votação biométrico, o custo foi de R$ 384 mil. 
Em julho, a Casa lançou outro edital para a aquisição de novo sistema de armazenamento de dados e programas, a um custo de até R$ 832 mil, mas ele acabou cancelado. Caso a compra tivesse sido realizada a esse preço, o gasto total com o novo sistema pelo Legislativo poderia passar de R$ 2 milhões.