SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da Colômbia autorizou neste sábado (30) o envio de 50 toneladas de pernil à Venezuela, dias após os protestos contra o regime de Nicolás Maduro, que não cumpriu a promessa de fornecer a carne para as festas de Fim de Ano. Membros da divisão alfandegária colombiana afirmaram à agência de notícias AFP que os carregamentos chegaram ao país vizinho em caminhões na noite de sexta-feira (29), junto com uma carga de mais 50 toneladas de outros alimentos.

Outros dois caminhões, com mais 22 toneladas, deveriam cruzar a ponte internacional Simón Bolívar, principal acesso de fronteira terrestre entre os dois países, na noite de sábado (30), após a conclusão dos trâmites da vigilância sanitária. A mercadoria será levada à cidade de Barinas, no oeste venezuelano.

A carga é enviada após o regime venezuelano acusar o governo de Juan Manuel Santos de sabotar o fornecimento de pernil ao reter os caminhões na fronteira. Na última quinta (28), o coordenador dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap, programa de alimentação estatal), Freddy Bernal, disse que 2.200 toneladas do produto não chegaram à Venezuela por terem sido barradas no posto de controle de Paraguachón.

Em resposta, as autoridades colombianas disseram que Caracas não fez os trâmites necessários. Outro país ao qual Maduro atribuiu a culpa por não cumprir sua promessa foi Portugal que, segundo ele, teria sabotado a saída da carga. O governo português negou qualquer responsabilidade. Já a empresa que recebeu a encomenda disse não ter mandado a mercadoria devido a uma dívida de € 40 milhões (R$ 159 milhões) da compra de pernis pelo regime em 2016.

A escassez da carne de porco foi um dos motivos que levou moradores de bairros pobres às ruas em dezembro. Houve atos contra o desabastecimento de outros alimentos, mas também de gasolina e gás, que faltam no país com as maiores reservas de petróleo do mundo.