WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Depois de sofrerem queda acentuada nos primeiros meses do governo de Donald Trump, as apreensões de imigrantes ilegais na fronteira dos EUA voltaram a subir há cerca de um ano – e atingiram os níveis de 2016 nos últimos dois meses.

Em maio, cerca de 40 mil estrangeiros foram detidos pela Patrulha da Fronteira na divisa com o México. É mais que o dobro do número de apreensões de um ano atrás, quando elas não ultrapassavam 14 mil.

No mês seguinte à posse do republicano, as apreensões caíram de 31 mil para 18 mil. E continuaram em queda durante a edição do decreto que proibiu a entrada de cidadãos oriundos de países de maioria muçulmana – contestado na Justiça.

Foi a trajetória ascendente dessa curva, a partir de meados do ano passado, que estimulou a administração a pôr em marcha, há dois meses, a política de “tolerância zero” contra a travessia ilegal da fronteira.

“Nós estamos de olho. Não vamos cruzar os braços e assistir à exploração de nossas leis”, declarou o porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tyler Houlton, ao comentar em abril a alta.

De acordo com a nova regra, todos os casos de travessia ilegal seriam processados criminalmente, diferentemente da orientação longeva do governo americano de lidar com os casos apenas nas cortes de imigração.

“O objetivo é acabar com a ilegalidade em nosso sistema de imigração”, afirmou, na época, o secretário de Justiça, Jeff Sessions.

Essa diretriz acabou levando à separação de centenas de crianças de seus pais. Ao atravessarem a fronteira com os guardiões, elas também são detidas e, na sequência, encaminhadas a abrigos do governo.

Por lei, os menores não podem ficar em prisões federais, para onde são enviados os adultos.

No último mês, 9.485 pessoas foram detidas tentando atravessar a fronteira em família. O número engloba pais, guardiões e menores que estivessem juntos no momento da travessia.