Edneil Joculsol _Pexels – Não existe o “dessa vez vai ser diferente”

Livre, leve e solta! Assim era meu lema. Muito bonito e profundo em palavras, mas pouco traduzido na realidade. Provavelmente de tanto acreditar nisso, em ser assim e não apenas dizer, comecei a entender o fluxo. São tantas sutilezas, que talvez por este motivo, não tenha experimentado o que é viver na fluidez.

Eu era um ponto nas estatísticas, fazia parte dos 63% das pessoas com algum grau de ansiedade no Brasil, de acordo com pesquisa da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, divulgada em fevereiro deste ano. Somos o país com maior índice de ansiedade no mundo, mesmo antes da pandemia. Acelerados, esperançosos do tal “país do futuro”, filhos da cultura paternalista do “Estado provedor”, enraizados em culturas religiosas de credulidade sobre a fé legítima, instáveis com nossa condição sócio-cultural, aliás, a pesquisa traça esse perfil psicológico também ligado à escassez de acesso ao entretenimento.

Esse olhar descrito acima é importante para entender o cenário de forma mais empática, e, se possível, pelo viés da compaixão. Não dá para olhar e sentir isso como se fosse apenas uma paisagem pelo retrovisor. Na lente do ansioso, não existe olhar para trás, mas um correr atrás de um fantasma chamado futuro.

Faça, apenas faça – Diferente da forma automatizada de viver, o fluxo é algo pensado, consciente e responsável. Você vai na direção vislumbrada, passo a passo, dia a dia e dando importância ao que importa. É pedir ajuda quando precisa, e dar ajuda quando pode; dizer não no momento necessário e sim para você sempre. É fazer de outro jeito, pois daquele outro conhecido modo se obtém o mesmo resultado, esse que não se quer mais ou sem sentido algum na ordem do dia. Não existe o “dessa vez vai ser diferente”, quem precisa ser diferente é você.

O fluxo é como a água do rio, mansa, em correnteza, parada, poluída, límpida, de acordo com seu trajeto do momento (o presente). Faça como o rio, seja o rio e vá no fluxo, com direção certa!

*Ronise Vilela é criativa de Comunicação Afetiva, Jornalista, Escritora e Psicanalista Integrativa.

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