Em 1992, quando o então presidente da República Fernando Collor de Melo estava prestes a sofrer um processo de impeachment, fez um apelo pela televisão para que os cidadãos saíssem às ruas vestindo verde e amarelo no dia 7 de setembro, como sinal de civismo (e apoio ao presidente). Mas, em sinal de protesto, muitas pessoas em todo o país saíram às ruas naquele dia vestindo roupas pretas.
Um pouco antes disso, o Movimento Diretas Já, que lutava pela implantação do voto direto para a escolha do presidente da República, levou multidões a comícios e manifestações, tendo como símbolo o uso da ‘camisa amarela’. Nos comícios, via-se um mar de roupas amarelas. Comenta-se que a Rede Globo de Televisão, por motivos ideológicos, não noticiava o Movimento. Mas jornalistas e artistas da emissora – que também estavam engajados no Diretas Já – começaram a usar roupas amarelas como mensagem subliminar, como que para dizer aos telespectadores que, apesar de não poderem tocar no assunto, também queriam ‘votar pra presidente’. Aos poucos a direção da emissora percebeu a tática e teria proibido o uso de roupas e acessórios amarelos.
Os exemplos não são apenas da política, mas também acontecem na área comercial e corporativa, podendo abrir ou fechar portas no mundo dos negócios. Certa concessionária de produtos agrícolas era ligada a uma marca cuja cor predominante é o laranja. Mas a loja da concessionária, a logomarca e até o uniforme dos funcionários era vermelho – justamente a cor da principal concorrente da indústria. Isso pode provocar confusões na mente do consumidor que, em última instância, podem até prejudicar as relações comerciais.
Imagine, então, você ir ao estádio para acompanhar uma partida do seu time predileto, mas usar roupas nas cores do adversário. O mínimo que poderá acontecer será uma sonora vaia… mas os riscos são até de violência física, tamanha a rivalidade entre alguns times.