O ex-jogador da seleção colombiana Faustino Asprilla revelou que o ex-goleiro paraguaio Jose Luis Chilavert correu riscos em 1997 após um duelo entre as duas equipes pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1998. Segundo Asprilla, um narcotraficante se ofereceu para matar o ex-goleiro depois que ambos tiveram um desentendimento naquela partida e acabaram expulsos.

“Precisamos que você nos dê autorização para que esses dois caras fiquem aqui no Paraguai, em Assunção, para matarem aquele gordo do Chilavert”, disse o ex-jogador de Palmeiras e Fluminense no minidocumentário ‘Faustino, O Grande’. Asprilla disse ter respondido: “Como assim? Você está louco, vai acabar com o futebol colombiano e isso não pode acontecer. No futebol, o que acontece em campo permanece em campo.”

Os narcotraficantes se referiam no diálogo ao jogo tenso realizado entre as duas seleções no dia 2 de abril de 1997. Os paraguaios venceram por 2 a 1 em partida marcada por um desentendimento entre Chilavert e Asprilla aos 34 minutos do segundo tempo. A briga se estendeu aos bancos de reservas e agitou ainda mais as arquibancadas.

Após a partida, de acordo com Asprilla, um narcotraficante conhecido com o pseudônimo Julio Fierro o chamou e também o ex-jogador Victor Hugo Aristizábal para o hotel para pedir a “autorização” para matar o Chilavert. “Essa era uma questão complicada, que não pode existir”, disse Asprilla, no documentário

Um dos maiores jogadores que já defenderam a camisa da seleção colombiana, Asprilla tem no currículo a participação na Olimpíada de Barcelona-1992, nas Copas América de 1993 e 1995, nas Copas do Mundo nos Estados Unidos em 1994 e França em 1998, e a Copa do Ouro em 2000, quando os colombianos ficaram com o vice-campeonato. No Brasil, ele vestiu as cores de Palmeiras e Fluminense.

NARCOTRAFICANTES NO FUTEBOL COLOMBIANO – Os narcotraficantes tiveram grande envolvimento no futebol colombiano principalmente entre os anos 80 e 90, até levando para campo uma rivalidade entre carteis, como acontecia com o Atlético Nacional, de Pablo de Escobar, e o América de Cali, comandado por Miguel Rodríguez Orejuela.

Em 1994, o zagueiro Andrés Escobar foi assassinado em Medellín, dez dias após marcar um gol contra e desclassificar o país da Copa do Mundo dos Estados Unidos. O acusado pelo crime foi o narcotraficante Juan Santiago Gallón Henao